A prevenção e a educação para a igualdade de género merecem maior atenção no que toca ao combate à violência de género, vincaram hoje em Faro vários convidados da sessão de promoção da central de atendimento à mulher brasileira.
A linha de apoio “Ligue 180”, que funciona continuamente de forma gratuita, está neste momento disponível no Brasil e em outros 15 países, entre os quais Portugal, e visa a denúncia de casos de violência, o acompanhamento e orientação das mulheres sobre os seus direitos.
“A prevenção é o passo mais importante”, afirmou Rogério Gonçalves em representação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Faro, observando que há casos de violência contra homens e mulheres, mas as mulheres acabam por ser mais vulneráveis e se estiverem em situação ilegal a vulnerabilidade aumenta.
Acabar com essa vulnerabilidade implica confiar nas autoridades, procurar informação e apoio, acrescentou, sendo a sua apresentação reforçada pela intervenção do Comissário Nuno Gonçalves da PSP de Faro, que vincou a necessidade de “apostar na educação para a igualdade” junto de toda a população mas com ênfase nos mais jovens.
No Algarve, a sessão que hoje teve lugar na Universidade do Algarve, foi a quarta para promover a linha “Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher” promovida pelo Consulado Geral do Brasil em Faro como explicou à Lusa o Cônsul-Geral do Brasil, Igor Kipman, admitindo que o público-alvo não aparece nestas sessões por medo de represálias.
“A intenção é promover o serviço e fazer chegar a informação”, contou, acrescentando que, a par destas sessões, o serviço está a ser divulgado através da distribuição de folhetos em toda a região.
Entre os casos listados num dos folhetos informativos estão as violências física, psicológica, moral, sexual, patrimonial, enclausuramento privado, exploração sexual e tráfico de pessoal.
Claudio Luiz Nogueira dos Santos, do Consulado do Brasil, alertou ainda para a necessidade de saber trabalhar as consequências a curto, médio e longo prazo que uma vítima pode ter se não for acolhida e acompanhada adequadamente.
Aquele responsável apontou que as consequências psicológicas podem originar outros problemas de saúde, como por exemplo o transtorno de stress pós-traumático e também defendeu um trabalho de prevenção da violência contra a mulher.
Quem necessitar de apresentar queixa pessoal ou denunciar um caso de violência em Portugal deve ligar para o número telefónico 800800500, escolher a opção 1 e informar o número 61-37990180.
Apesar da ligação a partir de Portugal ter sido criada com o objetivo de apoio à mulher brasileira, o embaixador Igor Kipman observou que “qualquer pessoa, criança, adulto, homem ou mulher pode ligar para a linha” e será aconselhado de acordo com o caso específico.
Por: Lusa