Presépio de dedicação e nostalgia

12:34 - 27/11/2015 LOULÉ
“Para mim, Natal sem o presépio de que tanto gostava em criança, não fazia sentido!” Foi o sentimento de nostalgia de um costume que lhe preencheu a infância, que motivou António Clareza a dar continuidade a esta tradição.

 “Quando era criança havia na minha casa a tradição de armar um pequeno presépio junto da chaminé”. Uma memória que António José da Palma Clareza, natural de Loulé, fez questão de reavivar mais tarde, quando constituiu família. Vinte anos depois, mantém-se o costume, embora muito tenha mudado nesta representação daquilo que seria o quotidiano pela altura do nascimento do menino. “O presépio que armamos hoje já não tem muito a ver com os presépios da minha meninice. As antigas figuras de barro, compradas no Mercado de Loulé, foram substituídas por outras, mais perfeitas, que costumo adquirir em Sevilha, Espanha, onde pude observar os mais belos presépios da minha vida. Aliás, os espanhóis nunca deixaram esquecer esta antiga tradição, organizando até feiras dedicadas ao tema”.

Feiras que inspiram e que contribuem para o crescimento deste presépio, nunca igual de ano para ano, e sempre um pouco maior. “Quando retomei esta tradição o espaço ocupado era muito pequeno. Com o tempo, e conforme fui adquirindo mais figuras, o presépio foi crescendo. Hoje já ocupa uma parte substancial do recanto da lareira.” Uma dimensão considerável, que implica diversas horas de montagem a várias mãos. “Conto com a ajuda preciosa de uma prima, da minha mulher e, por vezes, do meu filho que vai começando a despertar para esta tradição. É, aliás, sobretudo para ele que dedico todas as horas da feitura deste singelo presépio” explica.

Embora receba familiares, amigos e até curiosos “que mostrem interesse em visitar o Menino Jesus” da sua casa, António Clareza diz não ter qualquer pretensão ou objectivo particular, afirmando que esta é apenas uma tradição familiar que pretende ir mantendo. “ O importante é que esta época do ano tão bela não se reduza à simples troca de presentes, mas sim que se viva o Natal, sobretudo, como um tempo de solidariedade e partilha. Afinal, Natal é a festa da vida e da paz.”

 

Por VA