Tem quase três quilómetros de diâmetro e demora quatro anos e meio a dar uma volta ao Sol.
Falamos de 2001 QL160, ou melhor, do asteroide 32599 Pedromachado.
 
Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), foi homenageado pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos (WGSBN) da União Astronómica Internacional (IAU), com a atribuição do seu nome a um asteroide. O anúncio foi feito na Conferência de Asteroides, Cometas e Meteoros, que decorreu em Flagstaff, no Arizona, EUA, e foi publicado no Boletim do WGSBN.
 
Pedro Machado é especialista em atmosferas planetárias, mas este é um reconhecimento pelo seu contributo noutro domínio de estudo do Sistema Solar: a deteção e caracterização de asteroides e outros objetos que se encontram para além da órbita de Neptuno, chamados transneptunianos. Em alguns casos, este trabalho cruza o estudo das atmosferas, pois envolve o estudo das regiões de transição entre a atmosfera e o espaço exterior, as chamadas exosferas, nas quais são perdidas partículas para o espaço.
 
“É uma honra inesperada e uma grande satisfação ver o meu nome na lista de novas nomeações de asteroides”, diz Pedro Machado. “Estou muito grato por este reconhecimento do meu trabalho pela comunidade científica.”
 
32599 Pedromachado orbita o Sol entre os planetas Marte e Júpiter, na região conhecida como Cintura de Asteroides. Foi descoberto em 2001 através do programa Lowell Observatory Near-Earth-Object Search (LONEOS), da NASA e do Observatório Lowell, para a deteção de objectos espaciais em órbitas próximas da Terra.
 
De acordo com o processo de denominação de objetos astronómicos, inicialmente foi-lhe atribuído um nome provisório, 2001 QL160, que inclui o ano da descoberta e letras e algarismos que indicam o dia do ano e a ordem da descoberta. Após a determinação da sua órbita de forma fiável, recebeu a designação definitiva de 32599, pelo Minor Planet Center da IAU. Só a partir desse momento pôde ser proposto um nome para este asteroide para avaliação pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos.
 
Com esta atribuição, Pedro Machado junta-se aos também investigadores do IA, Nuno Peixinho (IA e Universidade de Coimbra) e Pedro Lacerda (Instituto Pedro Nunes e IA), que viram igualmente o seu trabalho reconhecido com a atribuição dos seus nomes aos asteroides 40210 Peixinho e 10694 Lacerda.