O Santa Clara, que estreava o treinador Jorge Simão, empatou hoje a zero em casa do Portimonense, no encontro de abertura da 16.ª jornada da I Liga de futebol, em que esteve em desvantagem numérica desde os 28 minutos.

Pierre Sagna, aos 28 minutos, viu o segundo amarelo e deixou a jogar com menos um jogador os açorianos, que, mesmo assim, voltaram a pontuar, após duas derrotas seguidas no campeonato, seguindo no 14.º lugar, com 14 pontos.

O Portimonense, que vinha de três derrotas seguidas na I Liga, está no nono lugar, com 20 pontos.

COMENTÁRIO: Santa Clara reduzido a 10 na estreia do novo treinador leva um ponto de Portimão

 

O Santa Clara, reduzido a 10 unidades mais de uma hora, conseguiu segurar o 'nulo' frente ao Portimonense, em jogo da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que marcou a estreia do novo técnico dos açorianos.

Jorge Simão ainda 'tremeu' com a expulsão do lateral senegalês Pierre Sagna, aos 28 minutos, por acumulação de amarelos, mas viu a sua equipa transformar-se num 'muro' que os algarvios não souberam 'furar', mantendo-se o 0-0 até ao apito final.

As duas equipas, que vinham de ciclos com derrotas consecutivas, voltaram assim aos pontos: o Portimonense ocupa o nono lugar, com 20 pontos, e o Santa Clara é 15.º, com 14, ambos à condição.

Jorge Simão, que sucedeu esta semana a Mário Silva, fez cinco alterações à equipa derrotada na jornada anterior pelo Sporting de Braga (4-0), chamando à titularidade o médio japonês Kento Misao, reforço de inverno, além de Ítalo, Matheus Babi, Paulo Henrique e MT, enquanto o avançado brasileiro Welinton Júnior, recuperado de lesão, foi a única novidade no 'onze' algarvio face à derrota com o Benfica.

Com as duas equipas posicionadas em '4-4-2', desde cedo foram os algarvios a 'pegar' na partida, criando perigo nas tentativas de Yago Cariello, num cabeceamento ao lado, aos nove minutos, e Welinton Júnior, que rematou para estirada junto ao solo de Gabriel Batista (12).

O ascendente algarvio manteve-se, sem criar ocasiões claras, enquanto o Santa Clara, mais recuado no terreno, apostava no contra-ataque sem frutos práticos, estratégia que ficou condicionada pela infantilidade do lateral-direito Pierre Sagna: viu dois amarelos no espaço de quatro minutos (24 e 28) - o segundo cartão por uma entrada fora de tempo a meio-campo e à esquerda, longe do seu raio de ação -, e foi expulso.

A equipa açoriana intensificou o seu perfil defensivo, em '4-4-1', perante um Portimonense pouco criativo e que só gerava desequilíbrios nas incursões ofensivas do central Pedrão à direita, no entanto, sem colocar o guardião Gabriel Batista em apuros.

Para a segunda parte, Paulo Sérgio, sem mudar o modelo tático, prescindiu de Klismahn e apostou em Luquinha à direita do meio-campo, 'carregando' por esse flanco a maior parte do seu futebol, mas abusando dos cruzamentos sem nexo.

Numa segunda metade praticamente toda jogada num só meio-campo, o guardião Gabriel Batista resolveu com classe os duelos com Welinton Júnior (52 e 90+4) e Diaby (65), enquanto Róchez atirou ligeiramente ao lado (90), nas principais oportunidades dos algarvios.

Na fase final da partida, com o Portimonense a 'acusar' o esforço, o Santa Clara ainda tentou criar perigo, mas o empate sem golos manteve-se.

Futebol: I Liga / Portimonense - Santa Clara (declarações)

Declarações dos dois treinadores após o jogo Portimonense-Santa Clara (0-0), da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:

Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): "Um jogo que se adivinhava difícil, como são todos. Acho que a equipa, podendo obviamente fazer melhor, fez mais do que o suficiente para ser merecedora dos três pontos, mas não fomos eficazes.

Não fomos eficazes numa boa mão cheia de oportunidades claras que criámos, mas também noutras tantas, num caudal [ofensivo] muito grande, em que o cruzamento saiu sempre muito largo, pouco perigoso para a baliza do Santa Clara. 

Com tantos desequilíbrios que conseguimos criar nos corredores, o cruzamento não saiu. Foi pena. Era difícil, porque com o Santa Clara reduzido a 10, montou um bloco muito baixo, em que tentava tapar os espaços todos, e nós conseguimos arranjar uma estratégia para conseguir furar. 

Furámos pelo corredor, por dentro, fomos mais perigosos nas bolas em que conseguimos a penetração interior, mas hoje o cruzamento estava completamente descalibrado.

Acho que toda a gente trabalhou bem, éramos merecedores de um melhor resultado, mas o futebol tem destas coisas.

Dá desânimo. Há a questão psicológica de, em vantagem numérica, não termos conseguido os três pontos. Uma vantagem que obrigou o Santa Clara praticamente a defender o tempo todo, e nós não tirámos partido dela".

 

Jorge Simão (treinador do Santa Clara): "Acho que o facto de termos ficado reduzido a 10, aos 28 minutos, obrigatoriamente levará a que a tendência passe a ser um pouco diferente do que estava a ser. 

E o jogo foi para uma tendência que obrigou os jogadores a revelarem uma faceta que, acho eu, é muitas das vezes o mais difícil de as equipas conseguirem conquistar. Esta competitividade e este espírito de energia positiva, esta capacidade de superação em cada lance, de estar sempre a disputar cada bola. 

Este empate só foi possível porque os jogadores assim o quiseram. 

Surpreendeu-me esta capacidade, e refiro-me não só aos jogadores que estiveram dentro do campo como àqueles que estiveram no 'banco' e não chegaram sequer a entrar. Senti uma energia incrível a vir de fora, uma força passada para quem estava dentro de campo que não estou habituado a ver".