«Gostaríamos de expandir este espaço», afirmou Rogério Bacalhau, Presidente da Câmara Municipal de Faro, no momento da entrega das chaves aos utilizadores deste novo espaço. «Vamos ver com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAP) se será possível e, se tivermos mais terreno, podemos criar condições para que outras pessoas possam usufruir deste tipo de atividade», concluiu o autarca farense, recordando que já existia uma Horta comunitária criada pela Câmara Municipal de Faro (CMF) «na cidade velha, em 2010, com um espaço muito exíguo». O desejo de «criar melhores soluções» materializou-se, como explicou o Presidente da CMF, com a ajuda da DRA, a quem agradeceu a cedência do terreno que agora se transformou na Horta Comunitária de Faro. A colaboração e envolvimento dos utentes que irão «usufruir do nosso trabalho e investimento» também foram evidenciados por Rogério Bacalhau.
Ao todo, foram disponibilizados 26 talhões, não apenas a particulares, mas a algumas instituições de solidariedade social, nomeadamente à APPC Faro - Associação para a Intervenção e (Re) habilitação de cidadãos com Deficiência e/ou Incapacidades neurológicas, à APATRIS 21 -Associação de Portadores de Trissomia 21 do Algarve e à Glocal Faro - Organização de Conservação do Ambiente.
Os utilizadores terão como obrigação praticar uma agricultura promotora da sustentabilidade e do que é biológico, contribuindo, desse modo, para a consciencialização relativamente aos problemas ambientais, colaborando, diretamente, para que Faro seja uma cidade cada vez mais verde. «Vamos ter acompanhamento da DRA e dos nossos serviços, para garantir alguma formação e desenvolvimento de boas práticas», salientou Rogério Bacalhau, acrescentando que «ensinar também é um dos objetivos» deste projeto, ainda que, referiu, «alguns já possam ter prática destas atividades».
Sublinhando este aspeto e referindo que há «sempre condições para aprender» e dando enfase ao desenvolvimento de usos mais sustentáveis do terreno, a ALGAR oferecerá, aos detentores dos talhões, composto biológico, que poderá ser usado na preparação dos seus produtos hortícolas.
Esta iniciativa da autarquia tem, ainda, como objetivo principal contribuir para a melhoria da economia familiar de todos os que receberam o seu espaço de cultivo, já que produzindo bens alimentares, estes munícipes beneficiam de um apoio à sua alimentação e às suas poupanças. «Aqui podem fazer as vossas atividades, podem espairecer, podem ter, também, alguma economia familiar, sobretudo hoje, com os custos da alimentação a aumentarem», destacou o edil, afirmando que «tudo está mais caro do que há seis meses, ou um ano». Assim, este aspeto assume particular relevância, constituindo-se esta iniciativa como uma forma de a autarquia apoiar socialmente a população do concelho, proporcionando uma ajuda extra a diversos agregados familiares.
Simultaneamente, este projeto contribui para que se promova a saúde e a qualidade de vida dos utilizadores, através da adoção de comportamentos e hábitos de vida mais saudáveis, do contacto com a natureza e com a diminuição do sedentarismo.
Recordamos que o concurso para atribuição dos talhões teve lugar em fevereiro e março deste ano.