Prestação da casa média subiu em maio para 260 euros, o maior valor mais elevado desde agosto de 2012, aponta o INE.

Tudo indica que a subida das taxas Euribor já se está a refletir nos juros dos créditos habitação, até porque a grande maioria dos contratos em Portugal (cerca de 90%) é de taxa variável. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a maio, indicam que a taxa de juro implícita no conjunto de empréstimos da casa subiu para 0,826%, um valor superior em 2,1 pontos base (p.b.) ao registado no mês anterior e o mais elevado desde abril do ano passado (0,829%). A prestação da casa, por usa vez, subiu três euros para 260 euros, sendo este o valor mais elevado dos últimos dez anos.

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito habitação continua inferior a 1%, uma linha que foi ultrapassada em fevereiro de 2020. Embora com altos e baixos, a tendência foi descendente até atingir o mínimo histórico em setembro de 2021, de 0,788%. Mas 2022 trouxe um novo cenário: a inflação está em alta, a guerra da Ucrânia está a agravá-la ainda mais e as taxas Euribor estão a evoluir em sentido ascendente antecipando a subida das taxas de juro diretoras pelo Banco Central Europeu que vai mesmo acontecer em julho.

 

 

E este cenário já se faz sentir, de alguma forma, nas taxas de juro implícitas. Em abril de 2022, foi registada a primeira subida dos juros para 0,805%, uma tendência acelerada agora em maio (0,826%), segundo confirmam os dados publicados esta quarta-feira, dia 15 de maio de 2022, pelo INE. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro também subiu para 0,970% (0,857% no período precedente).

“Para o destino de financiamento aquisição de habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 0,841% (+2,1 p.b. face a abril). Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro subiu 11,4 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 0,966%”, lê-se no boletim.

Prestação da casa sobe para níveis de 2012

Olhando para a totalidade dos contratos de crédito habitação, o INE conclui que o valor médio da prestação subiu três euros em maio, para 260 euros. E esta é mesmo a prestação da casa mais elevada dos últimos dez anos, já que é preciso recuar até agosto de 2012 para encontrar um valor tão elevado (262 euros). Dos 260 euros de prestação da casa média apurada para maio, 42 euros (16%) correspondem apagamento de juros e 218 euros (84%) a capital amortizado.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu quatro euros, para 391 euros. De acordo com os dados do mesmo instituto, está é mesmo a segunda prestação da casa mais alta de sempre, seguida dos 410 euros observados em janeiro de 2009.

“Em maio, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 372 euros face ao mês anterior, fixando-se em 59.614 euros”, apontam desde o INE. Este valor tem vindo a aumentar mês após mês, sendo que atingiu o maior valor de que há registos contabilizados pelo gabinete de estatística. “Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio do capital em dívida foi 126.620 euros, mais 1.209 euros que em abril”, dizem ainda.

 

Por: Idealista