Terminado processo eleitoral, bem como a instalação dos diversos órgãos autárquicos, é altura de clarificar determinados equívocos, ventilados de forma a deturpar a sequência real dos factos.

Conhecido o resultado eleitoral que deu a vitória à coligação SER, sem maioria, os vereadores eleitos pelo Partido Socialista, aproveitando o facto de a oposição ser maioritária na vereação, começaram a preparar uma estratégia, centrada nas necessidades prementes do concelho, obrigando o executivo a ouvir e negociar, algo que faltou no mandato anterior.

Nesse mesmo dia o vereador Ricardo Clemente, comunicou a sua abertura para aceitar pelouros, algo que foi desvalorizado pelo Presidente da concelhia, tendo em conta o momento. Nos dois dias seguintes, e havendo rumores de um já existente acordo entre o vereador e o presidente eleito, o presidente da concelhia procurou verificar junto do próprio a veracidade da informação tendo obtido essa confirmação. De imediato foi-lhe transmitido que essa opção iria desiludir muitas pessoas dentro e fora do partido, que dificilmente o Partido acompanharia essa opção e o que lhe poderia acontecer caso isso viesse a acontecer, pedindo para melhor refletir. Nessa altura foi assumido pelo próprio que esta era uma opção pessoal e o Partido deveria fazer o que entendesse.

Nos dias seguintes, depois de mais alguns avanços e recuos, foi confirmado junto do Presidente da Câmara eleito se de facto teria havido esse contacto e disponibilidade. Nesse telefonema foi confirmada essa disponibilidade do vereador, sem haver nada definido quanto a pelouros. Nesse mesmo telefonema, o presidente da concelhia foi informado que a coligação Ser queria apresentar uma proposta de acordo conjunta para os três órgãos, uma vez que não pretendia negociar com os independentes.

No sábado seguinte, realizou-se uma reunião conjunta entre os cabeças de lista e os presidentes da concelhia e da Federação Distrital. Nessa reunião o vereador voltou a confirmar a sua disponibilidade para aceitar pelouros confirmando a sua não presença numa reunião da Concelhia que se ia realizar.

Na reunião da concelhia realizada no dia 5 de outubro, ficou assente que iria ser ouvida a proposta do PSD, mas que o vereador Ricardo não poderia estar presente tendo em conta o posicionamento já assumido e a sua ausência na reunião.

No dia 11, após a reunião realizada com a comitiva do PSD, a Concelhia do Partido Socialista rejeitou a proposta final do PSD, uma vez que esta transformava a perda de maioria nos três órgãos pelo PSD, numa posição de maioria absoluta, ficando o Partido Socialista numa posição de subserviência, subvertendo a vontade do voto popular que atribuiu mais votos a toda a oposição. A posição da concelhia foi acompanhada pelo presidente da Federação distrital do Partido Socialista, que reiterou os princípios gerais do Partido Socialista quanto a coligações com outras forças políticas.

Tudo o que se passou a partir desta data, foram opções pessoais dos envolvidos, mantendo o Partido Socialista, o propósito de exercer uma oposição responsável, influenciando a ação governativa, na apresentação de propostas para os problemas do concelho.

O primado do interesse municipal deve prevalecer. O exercício do serviço público e do apoio aos munícipes deve sobrepor-se à procura dos cargos, das suas vantagens ou de algum estatuto social efémero. O voto de um vereador não permanente vale tanto como o de um vereador permanente. A estabilidade de um executivo deve conseguir-se através das suas ações e diálogo com as forças representadas e não dos cargos que oferece em troca de uma qualquer fidelidade ou controlo absoluto.

Congratulamo-nos ainda, pela eleição dos nossos três presidentes de junta, Jorge Carmo em Ferreiras, Dinis Nascimento na Guia e João Ruaça em Paderne, a que se juntou no final a presidência da Assembleia Municipal pelo nosso militante Francisco Oliveira. Uma eleição renhida, mas que, com inteira justiça, elegeu o representante do partido mais representado neste órgão municipal, o Partido Socialista. Não se entende a celeuma, já que foram cumpridos os preceitos legais aplicados há anos e que não podem ser questionados, só porque os resultados não foram os pretendidos, a existência de cultura democrática a isso obriga. Relembramos que o presidente antecessor, foi eleito nos mesmos moldes, com os mesmos acordos de circunstância, tendo mesmo exercido o seu mandato em minoria. A oposição responsável do Partido Socialista, que permitiu que o executivo governasse e conseguisse passar os seus orçamentos na assembleia, mediante algumas cedências, constitui um exemplo de responsabilidade democrática e compromisso com os interesses do concelho, que irá manter-se e fortalecer-se neste mandato.

A todos os eleitos pedimos disponibilidade para ouvir, participar, intervir e ajudar todos os executivos e assembleias empossadas, a levarem este mandato a bom termo. O seu sucesso será o sucesso do concelho de Albufeira, assim todos assumam as suas responsabilidades, assim todos estejam dispostos a dialogar. Albufeira merece!

 

Por: PS Albufeira