A professora Catarina Marques, cabeça de lista da CDU à Câmara de Faro, apresenta-se às eleições autárquicas com o objetivo de recuperar a participação da coligação no executivo municipal, depois da perda do seu único vereador em 2017.

Com 44 anos, Catarina Marques destacou a sua experiência de participação cívica e associativa e em órgãos autárquicos como a Junta de Freguesia do Montenegro ou a Assembleia Municipal de Faro para a assumir essa meta, fazendo um “reforço da participação da CDU em mandatos e votos” e “recuperando um vereador”.

Nascida em Lisboa em 1977, a professora de educação especial rumou a Faro, aos 19 anos, para estudar na Universidade do Algarve, acabando por fixar-se na capital algarvia, onde começou a sua participação cívica em clubes e associações locais, como o Clube Desportivo do Montenegro.

Crítica da “tendência de privatização” dos serviços públicos e da “descentralização sem os respetivos recursos”, que considera uma forma de “desresponsabilização do Estado”, a candidata lamenta que o município, “gerido há décadas ora por PS, ora por PSD”, tenha “privilegiado os grandes interesses económicos e os grandes negócios”.

Com esta política, considerou, criaram-se “maiores desigualdades” entre a população.

Catarina Marques defendeu, por isso, a importância de a coligação formada por comunistas e verdes poder “valorizar os direitos dos trabalhadores” e voltar a ter um vereador entre os nove eleitos em disputa na Câmara de Faro, depois de ter perdido essa representação nas eleições autárquicas de 2017.

Casada e mãe de um filho, Catarina Marques integrou o Conselho Pedagógico da Universidade do Algarve, fez parte dos órgãos sociais do Clube Desportivo do Montenegro, foi dirigente no Sindicato dos Professores da Zona Sul, e pertence à Direção da Organização Regional do Partido Comunista Português e à Direção da concelhia de Faro do partido.

Agora, e perante uma pandemia de covid-19 que “afetou brutalmente” o turismo, principal atividade económica do concelho e da região, a cabeça de lista vai tentar cativar os votantes para aumentar a votação de 7,38% registada em 2017, insuficiente para conservar o vereador eleito em 2013, face à votação de 43,94% alcançada pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM e de 38,06% pelo PS.

Ainda assim, em 2017 a CDU manteve-se como a terceira força mais votada no concelho.

Catarina Marques tem como rivais Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/IL/MPT/PPM), presidente da autarquia, que se candidata a um terceiro e último mandato, João Marques (PS), que procura recuperar para o PS a presidência da capital de distrito, Custódio Guerreiro (Chega), Aníbal Coutinho (BE) e Elza Cunha (PAN).

Nas anteriores eleições autárquicas, a lista encabeçada por Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/MPT/PPM) conquistou a maioria absoluta, com cinco dos nove eleitos, enquanto o PS ficou com os restantes quatro.

Nas eleições autárquicas de 26 de setembro estão em disputa um total de 2.064 mandatos nas câmaras municipais e de 6.448 lugares nas assembleias municipais.

As primeiras eleições autárquicas em democracia realizaram-se em dezembro de 1976.

 

Por: Lusa