Solução passa pela divulgação massificada dos programas de apoio à habitação e reabilitação do património devoluto.

Com o objetivo de incentivar quem vive no litoral a mudar-se para o interior do país, o Governo criou vários programas para o efeito. No entanto, a oferta habitacional insuficiente está a causar constrangimentos que limitam ou impedem a mudança de quem quer ir viver para estas zonas, revela o diagnóstico feito pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Esta é uma das conclusões do relatório realizado pelo grupo de trabalho “Habitar no Interior”, constituído no ano passado no âmbito do programa “Trabalhar no Interior”, que ouviu os municípios abrangidos por estes programas, segundo o jornal Público.

“Identifica-se, de forma transversal, que o problema de acesso à habitação resulta, antes de mais, da falta ou desadequação da oferta”, lê-se no documento, citado pela mesma publicação. “Ou não existe oferta disponível no mercado, ou a que existe é a preços elevados quando comparados com os rendimentos dos agregados, ao mesmo tempo que se identifica a existência de imóveis devolutos, com características que permitiriam a sua canalização para habitação”, acrescenta o documento.

O grupo de trabalho propõe, por isso, projetos-piloto para colmatar estas falhas, que deverão ser lançados ainda este ano, nomeadamente um plano de divulgação – através de campanhas publicitárias e promoção de sessões de esclarecimento –  e um plano que estará relacionado com a reabilitação do património devoluto, para que seja disponibilizado a preços acessíveis.

Programas para viver no interior

O programa de apoio a trabalhadores que se fixem no interior, “Emprego Interior Mais”, foi lançado em 2020, em plena pandemia, e atribui um apoio de até 4.827 euros para os trabalhadores e uma comparticipação dos gastos associados à mudança. Desde que foi criado, aprovou 406 candidaturas, tendo sido concedidos apoios no valor de 1,3 milhões de euros.

Também foi criado, em paralelo, o programa “Habitar no Interior”, para implementar o programa “Chave na Mão” - anunciado em 2018, mas cujas regras só foram definidas em 2020 - destinado a levar residentes dos grandes centros urbanos para municípios do interior, mas os resultados foram bem diferentes e menos positivos. O programa acabou sem interessados no final do ano passado.

 

Por: Idealista