“É um projeto ambicioso para resolver um problema grave que existe no concelho, com necessidade urgente para alojar agregados familiares em situação de carência imediata”, afirmou Isilda Gomes (PS).
A revelação foi feita pela autarca durante a cerimónia de assinatura do protocolo de colaboração entre a Câmara de Portimão e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), transmitida através da página de Facebook do município.
Ao apresentar a Estratégia Local de Habitação de Portimão, Isilda Gomes indicou que Portimão necessita de cinco mil novos fogos até 2030, para responder “a um problema grave, que é urgente, ou mesmo emergente”.
“Temos neste momento 800 pedidos, temos de alojar 572 agregados familiares em grave carência imediata e mais 300 a médio prazo”, destacou a presidente do município do distrito de Faro.
O documento aponta três objetivos para resolver e auxiliar as carências habitacionais, num concelho cuja economia resulta do turismo e da prestação de serviços.
“Foram traçados três objetivos, que passam por tornar o mercado mais acessível, responder às carências habitacionais graves e reabilitar e requalificar os 582 fogos do parque habitacional municipal”, apontou.
Para a autarca, falar da habitação no Algarve, “é falar de um problema muito complicado e grave, porque não são só os problemas sociais, mas os jovens, as empresas e os profissionais da saúde e da educação que prestam serviço na região”.
“O problema reflete-se na economia local e regional, por isso diria que é um problema emergente”, sublinhou.
A estratégia do município passa por tornar o mercado do arrendamento mais acessível, “para que um casal que ganhe um ordenado mínimo possa ter uma habitação condigna e, ao mesmo tempo, ajudar os proprietários a colocar no mercado os seus imóveis por um preço justo”.
A Estratégia Local de Habitação de Portimão, aprovado em dezembro de 2020 pelo IHRU, além da construção de novos fogos, prevê também a requalificação e renovação do parque habitacional municipal, com a reabilitação de 582 fogos, no âmbito do “1.º Direito” - Programa de Apoio ao Acesso à Habitação.
O 1.º Direito visa apoiar a promoção de soluções habitacionais para pessoas que não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada.
Segundo Isilda Gomes, a autarquia já adquiriu, por 1,2 milhões de euros, 15 lotes de terrenos, que permitem a construção de 300 fogos de habitação a custos controlados.
“É um passo extremamente importante, porque a necessidade é grande e o município tem terrenos, um problema que não nos faz depender de terceiros”, concluiu.
A sessão contou também com as presenças do ministro das infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, da presidente do Conselho Diretivo do IHRU, Isabel Dias, e dos secretários de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, e da Descentralização e Administração Local, Jorge Botelho.
Por: Lusa