O investimento em imobiliário em Portugal caiu 28% em 2021, para 2,02 mil milhões de euros, num ano que ainda foi de impacto da pandemia em áreas como a hotelaria e centros comerciais, de acordo com a consultora JLL.

Em conferência de imprensa hoje realizada, a empresa deu conta da evolução do mercado no ano passado, em que foram registados valores de vendas “recorde” no segmento residencial.

Joana Fonseca, que lidera a área de consultoria e ‘research’ da JLL, referiu que há “boas notícias”, apesar da queda no investimento. “Há uma forte atratividade do mercado quando comparado com outras alternativas de investimento” indicou, referindo que é a opção “mais segura e com bons retornos”.

Num mercado em que o volume de investimento internacional é de 80%, a JLL destacou “vários ‘players' a entrar no mercado”, sendo que das dez maiores transações seis foram novos investidores, de acordo com Joana Fonseca.

A mesma responsável indicou ainda que há uma alteração de tendências, explicando que se nos últimos anos os escritórios e centros comerciais eram os maiores alvos de alocamento de investimentos, há agora um crescimento da área de alternativos, que inclui segmentos como as residências seniores e para estudantes.

“Os alternativos que até há três anos eram 2% do volume de investimento passam a valer 35% somando 684 milhões de euros, o que é efetivamente um volume muito significativo”, destacou Joana Fonseca, salientando que “há uma tendência para olhar para ativos com uma operação associada”.

No caso do setor residencial, como a Lusa já tinha noticiado, em 2021 registou-se um volume de vendas recorde, segundo a JLL, de 30 mil milhões de euros, com mais de 190 mil habitações vendidas.

Joana Fonseca reconheceu que existe um problema de desequilíbrio entre a oferta e a procura, que conduz ao aumento dos preços, nomeadamente no Porto e em Lisboa.

Na hotelaria, foram atingidos 296 milhões de euros de volume de investimento, 60% concentrados no Algarve, graças a um operador que comprou três hotéis, revelou Joana Fonseca.

Para 2022, a mesma responsável acredita que o volume total de investimento seja superior, mas ainda sem números fechados.

Na apresentação que realizou, Joana Fonseca indicou que a hotelaria deve reemergir como uma das classes de ativos mais fortes este ano e sublinhou que os centros comerciais deverão ter “diferentes ritmos”.

 

Por: Lusa