Esta sexta-feira foi um dia importante para o Município Albufeira que, na sequência da assinatura do protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional – IEFP, em março deste ano, para cedência de instalações destinadas à criação do Pólo de Formação Profissional de Albufeira, viu o mesmo ser homologado pelo secretário de Estado Adjunto do Trabalho e Formação Profissional, Miguel Cabrita, numa cerimónia que contou, também, com a presença da Ministra do Trabalho e Formação Profissional,

Trata-se de um investimento na ordem dos 3 milhões de euros, com capacidade para formação de aproximadamente 1000 pessoas por ano.

Está tudo encaminhado para que até 2025, dois prédios urbanos, atualmente devolutos, no sítio do Tominhal, na freguesia de Ferreiras, deem lugar a um Polo de Formação Profissional nas áreas da Hotelaria, Restauração e Turismo, o que “irá contribuir para melhorar a competitividade das empresas e a qualificação profissional dos recursos humanos do concelho, de forma a que possam servir melhor quem escolhe Albufeira como destino turístico”, sublinhou José Carlos Rolo.

O início da construção deverá ocorrer no prazo máximo de três anos, a partir da data da escritura de constituição do direito de superfície a favor do IEFP, no entanto, quer o presidente da Câmara Municipal de Albufeira quer o Secretário de Estado estão de acordo em que a mesma ocorra o mais rapidamente possível.

“Da nossa parte tudo faremos para que este polo profissional em breve seja uma realidade, um centro de transmissão de saberes e competências para o Turismo e outras atividades direta ou indiretamente ligadas ao setor”, disse o presidente da autarquia.

“A formação e a reconversão profissional de desempregados e ativos é essencial para que um destino essencialmente turístico como Albufeira continue a competir com outros mercados concorrentes”, reforçou José Carlos Rolo que mostrou grande preocupação com a falta de mão de obra na região, não só na área do turismo, como em outros setores de atividade; situação agravada pela falta de alojamento a preços comportáveis para a esmagadora maioria dos trabalhadores.

“Albufeira é um dos grandes motores económicos do Algarve e este Polo de Formação, para além de possibilitar a qualificação dos profissionais do turismo, de Albufeira e dos concelhos vizinhos, contribuiu para a diversificação da base económica e de capital humano da região”, sublinhou Miguel Cabrita. O governante, destacou o empenhamento da Ministra Ana Mendes Godinho para que as áreas de formação, no chamado Plano de Recuperação e Resiliência - PRR “sejam o reflexo da expressão que devem ter do ponto de vista da prioridade do país”. Dos novos centros programados a nível nacional, este vai ser o primeiro a avançar, era uma necessidade sentida há muito, mas “Albufeira está no pelotão da frente desta aposta por ter o trabalho de casa feito”, por conjuntamente com o IEFP ter desenvolvido esforços no sentido de encontrar o local e as vontades necessárias para levar o projeto em frente, sendo que a homologação do presente protocolo corresponde ao primeiro investimento totalmente de raíz no âmbito do PRR, sublinhou.

Com base no protocolo, agora homologado, a Câmara Municipal de Albufeira cedeu ao IEFP dois prédios urbanos, em Ferreiras, que irão acolher o futuro Centro de Formação, cabendo àquele organismo a responsabilidade de aí instalar o referido Polo de Formação Profissional, assegurando os encargos financeiros decorrentes da elaboração do projeto de arquitetura, construção, equipamento e funcionamento das atividades formativas.

 

Os dois prédios cedidos pela autarquia têm um total de 2658 metros quadrados, sendo que “a construção do Polo envolve um investimento superior a 3 milhões de euros”, (mais de 2 milhões destinados à construção da infraestrutura e 1 milhão para o equipamento), informou o secretário de Estado Miguel Cabrita, completando que o Polo de Formação Profissional de Albufeira tem capacidade para 160 postos de formação, num total de 1000 pessoas por ano que aqui irão ser formadas.

A ministra Ana Mendes Godinho, por sua vez, enfatizou a importância das parcerias para ultrapassar momentos difíceis “só em conjunto podemos ultrapassar momentos críticos coletivos”, como foi o caso da pandemia e dos problemas de desemprego associados. Uma das grandes evidências passa pelo emprego, justificando que foi possível manter o emprego quando o mercado deixou de funcionar por razões sanitárias e os serviços públicos se reinventaram, “criando medidas nunca antes vistas e mobilizando recursos nunca antes mobilizados” para dar resposta às necessidades. A governante deu como exemplo o facto de que na crise anterior (com o mercado a funcionar) houve meses em que se ultrapassou 18% de taxa de desemprego, “desta vez conseguimos, mesmo nos momentos mais críticos, não ultrapassar os 8%, isto graças à reinvenção total das funções do Estado, que procurou, até de uma forma artificial, criar medidas para suster e manter o emprego por um lado, mas respondendo, também, às situações de desemprego, criando medidas de apoio à contratação e à reconversão profissional. Neste momento estamos com uma taxa de desemprego mais baixa do que a taxa verificada antes do início da pandemia: 6,1%, o que resulta do esforço e da articulação permanente de todos (empresas, trabalhadores, setor social, autarquias e entidades da administração pública central), num esforço conjunto extraordinário para ultrapassar a situação.

Destacou, igualmente, a necessidade e importância de se fazerem “investimentos estruturais de transformação” para evitar desigualdades sociais, garantindo a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, a entrada no mercado de trabalho, combater a precaridade laboral, situações de isolamento social e a eliminação do risco de pobreza, através da criação de ciclos de inovação. Para isso há que aproveitar as verbas disponibilizadas pelo PRR e pelo Portugal 2030, com grande foco e investimento na dimensão das qualificações como motor determinante para uma sociedade mais inclusiva, garantindo que mesmo as transformações ambientais e digitais não deixam ninguém de fora.

“Não temos tempo, temos que acelerar para ver as mudanças”, temos que nos focar nos resultados, como fizemos com a pandemia, eliminar a burocracia e ter a capacidade de fazer a leitura no terreno para uma ação rápida, movidos pela necessidade de transformação na vida das pessoas, naquela que é a nossa missão pública, para garantir uma sociedade mais inclusiva e a competitividade dos territórios”, disse.

Ana Mendes Godinho concluiu a sua intervenção com a afirmação de que “o Centro de Formação de Albufeira será um grande balão de oxigénio para o território, permitindo o arranque de um motor essencial para quebrar ciclos de pobreza e criar ciclos de inovação”.