A edição de 2022 do Festival Sérgio Mestre mantém a sua matriz que são as sonoridades emanadas pela tradição dos povos que têm em comum a língua Portuguesa e a partir daqui pretendemos divulgar os artistas que reproduzem ou moldam estas sonoridades antigas trazendo-as até aos tempos de hoje.

Com este festival pretende-se também homenagear um músico da cidade de Tavira, Sérgio Mestre que ao longo da sua carreira colaborou com inúmeros artistas portugueses e que também apoiou os primeiros eventos realizados pelo Rock da Baixa-Mar.

DIA 10 DE JUNHO
RUSH DO LAVAGANTE

19h, Clube de Tavira

FILIPA PAIS
21h, Rock da Baixa-Mar

 

DIA 11 DE JUNHO
Oficina de danças tradicionais com MERCEDES PRIETO

17h00 – Clube de Tavira

MARA e SÉRGIO COBOS
19h, Clube de Tavira

AYOM
22h, Rock da Baixa-Mar

BILHETES:
diário: 5 €
dois dias: 7,5 €

O Festival é organizado pelo Rock da Baixa-Mar em colaboração com o grupo Danças do Mundo ao Sul, Clube de Tavira e o apoio do Município de Tavira e Direção Regional de Cultura do Algarve.

 

Sobre o Sérgio Mestre

Sérgio Martinho Mestre nasce em Moçambique a 24 de agosto de 1953 e vai para Tavira com os seus pais no ano de 1956 tornando-se o que ele próprio chamava “um filho da terra”, assumindo-se como algarvio de gema sem que com isso fizesse qualquer defesa bairrista ou regional não saudável. Aos 14 anos o pai oferece-lhe a primeira guitarra e de uma forma autodidata vai aprendendo música até encontrar Telmo Palma. É com este músico que se torna que aprende, estuda e se torna profissional.

Desde sempre defensor do pacifismo parte para a Holanda em 1973 autoexilando-se para não tomar parte da guerra colonial portuguesa. A partir desse centro conhece os países circundantes tendo contacto e aprendendo com variados músicos de diversos quadrantes, desde o Clássico ao Jazz, tornando-se ele próprio um músico polivalente, de bases sólidas e multi-instrumentista (Guitarras várias, saxofone e Flauta Transversa).

Regressa a Portugal em 1974 pouco tempo antes da Revolução. Nos tempos seguintes, na altura denominada “PREC” (Período Revolucionário Em Curso) corre o país no projeto cultural a que um grande grupo de artistas de todas as áreas culturais promoveu, não só nos centros urbanos, mas também no chamado “Portugal profundo”. Nesse projeto foi músico fixo das bandas de Adriano Correia de Oliveira e José Afonso até aos seus desaparecimentos. Com eles, para além do território nacional, apresenta a música portuguesa destes autores e outros por algumas ex-colónias como Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Macau e Goa. Alemanha e Brasil fazem também parte deste percurso. Pontualmente colabora nessa altura também com músicos como Vitorino, Pedro Barroso, Fausto ou Janita Salomé. Mais tarde irá integrar os projetos destes autores ou de raiz como foi o caso da “Lua Extravagante”. Durante alguns anos faz parte dos projetos de Brigada Vítor Jara e Vitorino. As tournées com todas estas bandas fazem-no viajar por todos os continentes à excepção da Oceânia.

Merece ainda o destaque na sua vida profissional para a ajuda efetiva na montagem ou apoio que deu a autores ou grupos no início das suas carreiras públicas, estruturando projetos, passando conhecimento técnico, procurando formas, dando apoio. Mare Nostrum, Entre Aspas, Filipa Pais ou João Afonso são nomes que estiveram indubitavelmente ligados a Sérgio Martinho Mestre.

Nos últimos anos da sua vida integra a banda Coro dos Tribunais onde interpreta o repertório que melhor sabia e que mais lhe dizia; o de José Afonso. Nesta banda tem ocasião de convidar outros artistas e amigos que há tanto tempo o acompanhavam.