O Sindicato dos Médicos da Zona Sul criticou hoje a existência de apenas uma pediatra e três médicos a garantir a urgência externa no Hospital de Faro na noite de fim de ano, situação que considera «claramente insuficiente».
“Este quadro é claramente insuficiente para uma região com mais de 460 mil habitantes e que é um destino para milhares de pessoas durante a passagem de ano”, afirma o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) num comunicado.
Para os representantes dos médicos esta situação, no último dia de 2025, “não garante os mínimos previstos por lei” que, segundo esta entidade, “prevê a presença de pelo menos dois pediatras”.
O sindicato considera que “apenas um pediatra na urgência externa de Faro para todo o Algarve, além de três outros médicos” ameaça os cuidados de saúde para as crianças em toda a região, visto que a urgência de Portimão estará encerrada.
“O Ministério da Saúde e o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve tardaram em encontrar soluções”, acusa o SMZS.
De acordo com o sindicato, a urgência interna de Pediatria também estará com “fortes limitações”, sem nenhum pediatra escalado e na Neonatologia estarão duas médicas pediatras.
O SMZS afirma que a falta de médicos pediatras na urgência “seria previsível”, considerando que já no ano passado os sindicatos denunciaram “uma situação idêntica”
“A degradação dos cuidados de saúde pediátricos no país, e em particular no Algarve, é uma mancha negra que deveria envergonhar o governo. Nestes últimos anos, os sucessivos governos têm criado esta situação, empurrando os médicos para fora do SNS”, afirmam os representantes dos médicos.
O sindicato apela ao Ministério da Saúde para “abandonar a sua postura intransigente e mostrar abertura negocial para melhorar as condições de trabalho dos médicos e garantir o pleno funcionamento do SNS”.
Lusa