A Diocese do Algarve celebrou em Faro, na véspera do 9º Dia Mundial dos Pobres que ocorreu no último domingo, o Jubileu da Caridade e dos Pobres.
Na Eucaristia a que presidiu, no sábado, 15 de novembro, ao final da tarde na Sé, o bispo do Algarve desejou que a celebração deste Ano Jubilar, e particularmente daquele Jubileu, “possa incentivar ao desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, com renovadas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres”.
Na Missa, participada pelas instituições da Pastoral Sociocaritativa da Igreja algarvia como a Cáritas Diocesana e as Cáritas Paroquiais, os Centros Sociais Paroquiais, as Conferências Vicentinas, os grupos sociocaritativos paroquiais, incluindo o seus utentes, voluntários, equipas técnicas e dirigentes, D. Manuel Quintas referiu-se concretamente a condições como “trabalho, educação, habitação e saúde”, que disse serem as que “proporcionarão uma segurança que nunca será possível alcançar com a força das armas”.
O bispo diocesano evidenciou que “entre as grandes questões do mundo de hoje, a pobreza constitui seguramente uma delas”.
D. Manuel Quintas considerou ainda que celebrar aquele Jubileu “é abrir as portas da alma à misericórdia, deixando que o amor de Deus se torne gesto concreto”. “Quando estendemos a mão ao necessitado, é o próprio Cristo que a segura. Quando partilhamos o pão, é o próprio Cristo que se senta à mesa”, sustentou, desejando “que cada instituição sociocaritativa, cada comunidade paroquial, cada movimento ao serviço eclesial, possa promover e viver, no enquadramento deste Jubileu, sinais concretos de caridade: visitas, gestos de solidariedade próxima e efetiva, campanhas de partilha, celebrações com os mais necessitados, com os mais pobres dos pobres”.
“Celebrar este Jubileu, mais do que um evento, pretende ser um caminho espiritual que renove em nós a alegria de servir os outros e o ardor missionário de lhes anunciar o Evangelho da alegria e da esperança”, prosseguiu, acrescentando: “o nosso testemunho será sinal profético de uma Igreja que sai de si para ir ao encontro das feridas humanas e sociais do nosso tempo”. “Que o nosso ‘sim’ pastoral torne visível o amor de Cristo que não exclui ninguém, que a nossa fé se traduza em obras de amor e que servindo com alegria, descubramos a verdade do Evangelho: «Há mais alegria em dar do que em receber»”, desejou.
Lembrando que o lema do Jubileu 2025 é a esperança, o bispo do Algarve destacou ser “uma esperança que não engana” por se fundamentar em Jesus. “Cada Jubileu conduz-nos sempre ao mistério de Cristo e é envolvido e enraizado nele que reconhecemos e exprimimos a nossa gratidão por tantos sinais sensíveis da sua presença que reconhecemos em nós próprios. E, através de nós, também sinais, gestos, que realizamos na nossa vida e na daqueles que nos acompanham”, afirmou.
O bispo diocesano recordou, a propósito do lema jubilar, que “a tradição da Igreja reafirma constantemente a circularidade entre as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade”. “A esperança nasce da fé, que a alimenta e a sustenta, tendo como fundamento a caridade, que é a mãe de todas as virtudes. E precisamente de caridade, hoje, agora, aqui e sempre, todos precisamos”, sustentou, acrescentando ser uma dimensão envolvente que orienta as “decisões para o bem comum”. “Em vez disso, quem carece de caridade, não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo. Por isso, recorda-nos o Papa, os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e as irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do próprio Evangelho”, sustentou, referindo-se à mensagem, de Leão XIV para o 9º Dia Mundial dos Pobres.
Depois da Eucaristia, decorreu um jantar no refeitório do Seminário da Diocese do Algarve oferecido aos beneficiários e representantes das instituições que estiveram presentes na celebração do Jubileu.
A Igreja Católica está a celebrar o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história, por iniciativa do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança, e está a ser continuado com o pontificado de Leão XIV.
Folha do Domingo