Rendas congeladas em 2021? Inflação de agosto faz prever que sim

12:51 - 08/09/2020 ECONOMIA
Segundo dados do INE, a taxa média de inflação nos 12 meses terminados em agosto está em “terreno” negativo, o que impede o aumento das rendas no próximo ano.

Depois de cinco anos de subidas, os valores das rendas habitacionais e comerciais deverão permanecer inalteradas em 2021. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados esta segunda-feira, dia 31 de agosto de 2020, estima-se uma variação média dos preços, excluindo habitação, de -0,03%. 

Este valor serve de referência nas atualizações a aplicar, no próximo ano aos contratos de arrendamento urbano e rural.

Para o cálculo é utilizada a taxa média de inflação nos 12 meses terminados em agosto, excluindo a habitação, e esse valor foi negativo em 0,03%, o que na prática impede aumentos das rendas em 2021.

O Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU) determina que os proprietários com contratos de arrendamento há mais de um ano podem aumentar as rendas tendo como base um coeficiente de atualização que será apurado pelo INE com base no valor do índice de preços no consumidor (IPC) dos 12 meses terminados em agosto, excluindo os preços da habitação.

"Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá sido nula em agosto de 2020, valor inferior em 0,1 pontos percentuais (p.p.) ao registado em julho", revela o INE,  dando nota de que o "indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá igualmente registado uma variação nula (0,1% no mês anterior)".

Em concreto, a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos terá sido -5,0% (-5,3% em julho). Relativamente ao mês anterior, o IPC terá tido uma variação de -0,2% (em julho, a variação mensal foi -1,3% e em agosto de 2019 tinha sido de -0,1%).
"Estima-se uma variação média nos últimos doze meses de 0,1%, valor igual ao registado no mês precedente", destaca ainda o INE.

O valor final do coeficiente deverá ser publicado em Diário da República até 30 de outubro, data a partir da qual os senhorios comunicam aos inquilinos o valor do aumento das rendas. Mas os dados preliminares permitem fazer antecipar já um "congelamento" nas rendas do próximo ano.

Esta estabilização do valor das rendas acontece depois da subida de 0,51% das rendas registada este ano, do aumento de 1,15% em 2019, de 1,12% em 2018, de 0,54% em 2017 e de 0,16% nas rendas atualizadas em 2016.

 

Por: Idealista