Portugal está a construir poucas casas novas: é o mercado europeu com a menor oferta

12:33 - 18/02/2020 ECONOMIA
Em causa está um estudo do instituto de investigação económica da Alemanha, que aponta para uma estagnação da construção na Europa..

Apesar de todos os projetos imobiliários em curso, a oferta de habitação nova em Portugal está a crescer a um ritmo (muito) lento. O país está a conseguir construir e acabar uma média inferior a 1,5 habitações novas por cada mil habitantes, sendo atualmente o mercado europeu com o «plafond» mais reduzido. A média dos 19 países analisados pelo estudo do Ifo - instituto de investigação económica da Alemanha está em quase quatro habitações. O aumento do preço dos terrenos é um dos entraves apontados ao desenvolvimento de mais construção nova.

Ainda assim, em termos gerais, e apesar de Portugal estar na cauda da tabela, as perspetivas também não são promissoras para o restante quadro europeu. O instituto alemão refere que, «entre 2020 e 2022, a construção na Europa crescerá apenas cerca de 1% ao ano». «Trata-se de uma desaceleração assinalável após o período 2016–2019, altura em que o aumento médio na produção de construção nos 19 países da rede Euroconstruct foi de quase 3% ao ano».

Ludwig Dorffmeister, que coordenou o estudo, diz que uma parte significativa desse crescimento foi atribuída à construção de novos apartamentos, mas nota, no entanto, que esse segmento irá estagnar em 2020 e até reduzir e 2021. Ainda assim, segundo Dorffmeister, as condições para a indústria da construção continuam a ser favoráveis: «as condições de financiamento são atraentes, os clientes do setor público estão em boa situação financeira e a procura por investimentos em habitação e infraestruturas é alta».

Por outra parte, é reforçado que «o clima económico permanece positivo, mas deteriorou-se um pouco nos últimos meses» e «o aumento acentuado no preço dos lotes para construção e a utilização da capacidade na indústria da construção que está no máximo estão a dificultar cada vez mais o desenvolvimento», segundo refere Dorffmeister.

Por: Idealista