SNS no Algarve: De mal a pior

19:40 - 23/03/2017 POLÍTICA
A visita da Comissão Parlamentar de Saúde ao Algarve no passado dia 21 de março de 2017, em linha com a ocorrida com a realizada em dezembro de 2015 veio, uma vez mais, por a nu aquilo que o PSD/Algarve e os seus deputados eleitos à Assembleia da República tinham então afirmado:

«Com este Governo, apoiado por esta “geringonça”, o SNS no Algarve não só não vai melhorar, como vai piorar.» A realidade veio confirmar os nossos piores anseios. Senão vejamos os factos.
Passado quase um ano e meio sob a governação socialista, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que então prometeu um novo modelo de gestão do SNS no Algarve, continua sem anunciar uma data para o início da sua aplicação. Uma atitude que se compreende, pois se não existe sequer um novo modelo no papel, como poderá o mesmo comprometer-se com a sua implementação? Mas essa é uma posição que o PSD/Algarve se recusa aceitar. Por isso lançamos aqui o repto para que o PS apresente publicamente o “novo” modelo, nomeadamente junto dos profissionais de saúde, para que os mesmos, afinal quem irá em última análise efetuar a sua implementação, possa dar os contributos indispensáveis ao seu melhoramento. O que move o PSD é a necessidade de se assegurar a acessibilidade aos cuidados de saúde e a garantia de que os mesmos são prestados com elevados padrões de qualidade a todos quantos no Algarve residem e que elegem o mesmo como destino de férias.


É por isso que denunciamos a postura demagógica de um deputado socialista que no decorrer dessa mesma visita afirmou à comunicação social que o estado atual dos hospitais algarvios resulta da política do anterior Governo, «que destruiu o SNS no Algarve» e que a sua resolução não será fácil. Tais afirmações só podem resultar de “má-fé” ou “ignorância”. Queremos acreditar que se trata da segunda hipótese, pelo que importa, a este propósito, prestar alguns esclarecimentos.


Quando o PSD foi chamado a assumir responsabilidades governativas, entre 2011 e 2015, os hospitais públicos da região se encontravam em situação de falência técnica. Situação que foi necessário inverter, na medida em que o financiamento do país estava dependente da capacidade de cumprirmos o Memorando de Entendimento, negociado e subscrito pelo governo liderado por José Sócrates, cuja responsabilidade pelo estado em que deixou o país os socialistas tentam a todo o custo apagar da história recente de Portugal, e que reconhecemos ter criados diversas dificuldades ao funcionamento dos hospitais da região. No entanto, quando comparamos os indicadores de saúde regionais desse mesmo período com os dados atuais, constatamos que o Centro Hospitalar do Algarve (CHA), de acordo com os dados oficiais da ACSS, datados de setembro último, atingiu o seu patamar mais baixo. Daqui se concluindo que a necessidade de recursos financeiros nos nossos hospitais e tão necessária quanto à capacidade e competência daqueles que são chamados a assumir responsabilidades na sua gestão. E no que ao CHA diz respeito os números falam por si.


A terminar, PSD/Algarve gostaria ainda que o ministro da Saúde se pronunciasse em definitivo quanto ao destino a dar ao Centro de Medicina e Reabilitação do Sul (CMFRS). É que a atual indefinição quanto ao seu modelo gestionário tem levado a que muito dos seus profissionais se interroguem quanto ao seu destino profissional. É que sem profissionais qualificados, o funcionamento do CMFRS, dentro dos elevados padrões de qualidade a que habituaram os algarvios, deixara de ser uma realidade. Assim como também gostaríamos de ver o Governo anunciar que já abandonou em definitivo a construção do novo hospital central no Algarve. Não porque concordemos com essa decisão. Mas tão-somente a bem da verdade política.

 

Por:  Comissão Política Distrital do PSD/Algarve