A água está a partir de hoje mais cara no município de Olhão, depois de a autarquia ter atualizado tarifas para ajustar uma tabela de preços inalterada desde 2012, disse o presidente da Câmara, António Pina.

O aumento dos preços cobrados pela empresa municipal AmbiOlhão nas tarifas da água, saneamento básico e resíduos vem também dar resposta às recomendações da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) para haver “um maior equilíbrio” entre as tarifas praticadas em cada município, acrescentou o autarca.

A medida vai também servir, disse António Pina, para ajudar o município a cobrir metade dos mais de dois milhões de euros que a Câmara despende anualmente a subsidiar o tarifário.

"Apesar do aumento, continua desajustado. A Câmara tinha que subsidiar o tarifário, até a esta alteração, em 2,2 milhões de euros. E como acho que toda a gente compreende, esta situação é um bocadinho insustentável”, afirmou António Pina em declarações à agência Lusa.

Além de o município ter adotado a medida para cobrir metade da verba com que subsidia o tarifário de água em Olhão todos os anos desde 2012, “houve também pressão por parte da ERSAR, que obriga a que os tarifários sejam equilibrados”, frisou o autarca.

“O que fizemos foi um pequeno passo no caminho da sustentabilidade do sistema”, considerou António Pina, respondendo que “de maneira nenhuma” a câmara vai conseguir com este aumento cobrir os 2,2 milhões de euros que despende a subsidiar água.

António Pina acrescentou que, mesmo com o aumento, a Câmara “vai continuar a ter que subsidiar 1,2 milhões de euros do tarifário”, mas a subida “irá permitir à autarquia fazer um investimento de 10 milhões de euros, até ao fim do mandato, para tornar mais eficiente” o sistema de distribuição.

“Com este aumento contamos ter disponibilidade para fazer um conjunto de investimentos, que permitirá sermos também mais eficientes na distribuição da água, com o objetivo de tentarmos reduzir substancialmente as perdas”, explicou, avaliando “essas perdas/consumos próprios em 42%”.

O autarca defendeu que assim “se faz um caminho pelo lado da receita, mas depois há investimento para o sistema ser mais eficiente”.

“Esperamos aproveitar o próximo quadro comunitário para fazer isso e ter capacidade de investir 10 milhões na rede de água e saneamento até final do mandato”, disse, afirmando que, de momento, “a câmara não equaciona mais ajustamentos” dos tarifários.

 

Por Lusa