A obra “O viandante das palavras”, de Manuel Neto dos Santos, será apresentada no próximo dia 24 de janeiro, pelas 16h00, na Biblioteca Municipal de Silves. A apresentação desta edição da Arandis Editora, que contará com a presença do poeta, está a cargo de Esmeralda Lopes.

A sessão servirá de mote para uma conversa informal sobre o percurso literário e artístico daquele que é um dos maiores vultos da cultura silvense e da literatura do Algarve.

De referir que esta bio(foto)grafia é uma edição comemorativa de 25 anos de edições do poeta.

O telefone 282 442 112 e o email biblioteca@cm-silves.pt são os contactos da Biblioteca para o fornecimento de mais informação sobre a iniciativa.

Sobre Manuel Neto dos Santos (segundo José Varela Pires)

“Posterior no tempo a Casimiro de Brito, a Gastão Cruz, a Nuno Júdice, e mais posterior ainda ao surgimento do grande poeta nacional António Ramos Rosa, só para lembrarmos poetas portugueses do nosso tempo, nascidos no Algarve, Neto dos Santos é sem margem para dúvidas uma das grandes vozes poéticas surgidas nos últimos quinze anos em Portugal

Manuel Neto dos Santos é um poeta da mais fina impressionabilidade, homem telúrico, possuído de uma nunca extinguível nostalgia da infância, como paraíso mítico, que a todos nos resgata e fascina, e continua como poeta a inquirir-se sobre o mistério da vida, as suas fontes, traduzidas na universalidade das imagens poéticas que gera. Diremos que, na sua poemática, assistimos ao desenvolvimento de uma criação ao mesmo tempo ética e estética, tendente a reconciliar na paz o ser consigo mesmo, encontrando a sua própria expressão na harmonia.

Como poeta maior, Neto dos Santos revela-nos a sua tendência para situar-se fora de qualquer temporalidade em clara ligação com as profundezas viscerais da terra e dos seus entes, com os insondáveis mistérios da vida, novos, inquietos, subversivos.

Temo-lo aqui, no Algarve, bem perto de nós, e também por esse Portugal fora, também nos Açores, humilde como nobre, persistente como sentimental, um grande poeta do absoluto e da palavra, celebrando a liturgia do poema, transcendente, poeta de quem se há- de falar muito mais no futuro.”

Por: CM Silves