Portugal vai acolher uma prova do campeonato do Mundo de Fórmula 1 pela 17.ª vez, em Portimão, beneficiando da revolução na época provocada pela pandemia de covid-19.

O Mundial de 2020 deveria ter começado em 15 de março, em Melbourne, na Austrália, com a primeira das 22 provas previstas, mas o eclodir da doença provocada pelo novo coronavírus levou ao cancelamento do Grande Prémio, dois dias antes da corrida.

Seguiram-se cancelamentos (13) e adiamentos de provas (cinco), em vários continentes, tendo a organização decidido, em abril, avançar com o campeonato, a partir de julho, com um calendário com 15 a 18 Grandes Prémios, maioritariamente concentrados na Europa.

Antes, já o presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Ni Amorim, e o administrador do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), Paulo Pinheiro, iniciavam contactos para que o ‘Grande Circo’ pudesse voltar a Portugal, 24 anos depois.

Esta confirmação ocorreu em 24 de julho, quando Portugal contabilizava, desde o início da pandemia, 49.692 casos de infeção e 1.712 mortes, tendo, imediatamente, sido anunciado que a corrida, a realizar 93 dias depois, iria ter público - na altura, foram colocados à venda cerca de 40 mil bilhetes.

A promessa de público em Portugal aconteceu apesar de as nove primeiras provas da 70.ª edição do Mundial de Fórmula 1 terem sido disputadas à porta fechada, uma restrição que tem vindo a ser aliviada, com cerca de 1.500 espetadores em Mugello, em Itália, 30.000 em Sochi, na Rússia, e 13.500 em Nürburgring, na Alemanha.

Em outubro, o número de infetados pelo novo coronavírus tem aumentado exponencialmente em Portugal, que totalizava, na terça-feira, 103.736 casos e 2.213 mortos, tendo o administrador do AIA admitido a redução da capacidade do recinto para menos de um terço (27.500 lugares).

Esta decisão ocorreu depois de a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter adiantado que a presença de espetadores em espetáculos desportivos “está a ser equacionada conforme a zona, com a redução que terá de existir”.

Desde o início da pandemia, o Algarve registou 2.266 casos de infeção e 22 mortes, de acordo com o relatório da situação da Direção-Geral da Saúde (DGS) de terça-feira.

O Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, a disputar entre sexta-feira e domingo, vai ser a segundo de três grandes competições desportivas relocalizadas para Portugal, depois da ‘final a oito’ da Liga dos Campeões de futebol, disputada em Lisboa, em agosto, e da última etapa do Mundial de MotoGP, marcada para 22 de novembro, também para Portimão.

 

Por: Lusa