Os melhores pilotos podem fazer mais a diferença no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, do que na maioria das restantes pistas, admitem alguns pilotos ouvidos pela agência Lusa.

Tiago Monteiro, que disputou o Mundial de Fórmula 1 em 2005 e 2006 e que sabe o que é vencer no circuito algarvio, reconheceu que, no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, "o piloto talvez faça diferenças maiores".

"É uma pista difícil, com curvas rápidas, curvas cegas, travagens em apoio", descreveu o piloto portuense, que ganhou a ronda portuguesa do Mundial de Carros de Turismo de 2010, disputada no AIA.

Monteiro lembra que o pelotão reúne "os melhores pilotos do mundo" e que "não há nenhum que não se adapte à pista", mas vê o holandês Max Verstappen (Red Bull) como um dos favoritos, "pelo seu nível de agressividade".

"Claro que o [britânico Lewis] Hamilton e o [finlandês Valtteri] Bottas se vão adaptar muito bem e estão com o Mercedes, que tem dominado. Mas aos bons pilotos das equipas mais pequenas [a pista] talvez ajude a fazer uma boa corrida", frisou.

Já Pedro Matos Chaves, que participou no Mundial de Fórmula 1 de 1991, entende que "atualmente, o piloto conta muito menos do que a tecnologia".

"Se o Hamilton se sentasse num Alfa Romeo, não ganhava corrida nenhuma", apontou.

Por isso, acredita que "o talento vale três a quatro décimas de segundo de diferença entre os melhores e os piores".

"A tecnologia veio anular o talento", frisou.

Ainda assim, Pedro Lamy, que correu na Fórmula 1 de 1993 a 1996, considera que o traçado algarvio "é espetacular" e que o piloto "poderia fazer alguma diferença", mas "hoje são todos muito competentes e profissionais", pelo que "não terão dificuldade em adaptar-se à pista".

O Autódromo Internacional do Algarve foi inaugurado no dia 01 de novembro de 2008. Custou cerca de 195 milhões de euros.

Oferece 32 diferentes configurações de pista, com perímetros de 3.465 metros (mais curto) a 4.684 (versão Fórmula 1) e está homologado pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) e pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM) para receber competições auto e moto.

A reta principal tem 969 metros de comprimento e uma largura de 18 metros.

As retas representam 68,3% do traçado, com uma largura média de 14 metros.

A pista tem 16 curvas, sendo nove à direita e sete à esquerda, com um raio de curvatura mínimo de 18 metros e um raio de curvatura máximo de 160 metros.

Tem um declive máximo de 12% e uma inclinação máxima de 8%.

A volta mais rápida foi realizada pelo suíço Sébastien Buémi, em 21 de janeiro de 2009, aos comandos de um Fórmula 1, e cifrou-se em 01:27,987 minutos.

 

Por: Lusa