Lisboa é o município mais caro: 3.333 euros por metro quadrado.

 Análise nacional com base nos dados do INE.

Comprar casa em Portugal continua a ser cada vez mais caro.

No primeiro trimestre de 2020, o preço mediano de alojamentos familiares foi 1.117 euros por metro quadrado (€/m2), mais 3,3% que no trimestre anterior e mais 10,5% que no mesmo período do ano passado, revelou esta quinta-feira (9 de julho de 2020) o Instituto Nacional de Estatístia (INE), frisando que os números não traduzem ainda o impacto da pandemia da Covid-19 no mercado habitacional, pelo que podem “distanciar-se das condições e tendências mais atuais do mercado”.

Segundo o INE, o preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional – os referidos 1.117 €/m2 – nas regiões do Algarve (1.668 €/m2), Área Metropolitana de Lisboa (1.515 €/m2), Região Autónoma da Madeira (1.250 €/m2) e a Área Metropolitana do Porto (1.136 €/m2). 
 
«No período em análise, 46 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios) e Área Metropolitana de Lisboa (15 em 18)», conclui o INE, acrescentando que o município de Lisboa registou o preço mais elevado do país (3.333 €/m2), ou seja, uma casa com 100 m2 custará cerca de 333.000 euros.

«Verificaram-se também valores superiores a 1.500 €/m2 em Cascais (2.681 €/m2), Oeiras (2.257 €/m2), Loulé (2.221 €/m2), Lagos (1.967 €/m2), Albufeira (1.939 €/m2), Porto (1.873 €/m2), Tavira (1.864 €/m2), Odivelas (1.847 €/m2), Loures (1.672 €/m2), Faro (1.663 €/m2), Funchal (1.621 €/m2), Vila Real de Santo António (1.594 €/m2), Aljezur (1.592 €/m2), Lagoa (1.591 €/m2), Almada (1.576 €/m2), Amadora (1.563 €/m2), Silves (1.528 €/m2) e Matosinhos (1.520 €/m2), mais dois municípios que no trimestre anterior», acrescenta o INE.

De realçar o facto da maior subida homóloga se ter verificado na cidade de Vila Nova de Gaia, que viu os preços medianos das casas acelerarem 20,1% (10,5% a nível nacional), para 1.125 €/m2.

Já o Funchal (Madeira) registou o maior crescimento face ao trimestre anterior (+5% face a +3,3% em Portugal), para 1.621 €/m2.

Preços de casas novas Vs usadas

Os dados divulgados pelo INE mostram que, entre janeiro e março de 2020, o preço mediano de alojamentos novos no país foi 1.209 €/m2, um valor ligeiramente superior ao verificado nos alojamentos existentes: 1.102 €/m2.

«A Área Metropolitana de Lisboa (1.950 €/m2), o Algarve (1.877 €/m2), a Região Autónoma da Madeira (1.377 €/m2) e a Área Metropolitana do Porto (1.336 €/m2) apresentaram um preço mediano de alojamentos novos acima do valor nacional.

No caso dos alojamentos existentes as mesmas sub-regiões superaram o referencial nacional: o preço mais elevado registou-se no Algarve (1.627 €/m2), seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (1.473 €/m2), a Região Autónoma da Madeira (1.211 €/m2), e a Área Metropolitana do Porto (1.111 €/m2)», concluiu o instituto, acrescentando que à semelhança do que aconteceu nos trimestres anteriores, a Área Metropolitana de Lisboa apresentou a maior diferença entre o preço de alojamentos novos e o de alojamentos existentes (477 €/m2).

De referir ainda que a cidade de Lisboa registou a maior diferença entre os preços de alojamentos novos (4.379 €/m2) e de alojamentos existentes (3.231 €/m2), ou seja, 1.148 €/m2.

Freguesias de Lisboa à lupa

Três das 24 freguesias de Lisboa registaram preços medianos de venda de alojamentos superiores a 4.500 €/m2, bem acima, portanto, da mediana nacional (1.117 €/m2) e da própria cidade de Lisboa (3.333 €/m2).

 São elas Santo António (5.340 €/m2), que inclui a Avenida da Liberdade e áreas adjacentes, Misericórdia (5.112 €/m2), que inclui a área do Bairro Alto e do Cais do Sodré, e Santa Maria Maior (4.807 €/m2), que inclui a área do Castelo e Baixa/Chiado, conta o INE.

«As freguesias Parque das Nações, Misericórdia, Estrela, Santo António, São Domingos de Benfica, Alvalade, Santa Maria Maior e Campo de Ourique registaram, simultaneamente, um preço mediano acima do valor da cidade de Lisboa (3.333 €/m2) e taxas de variação, face ao período homólogo, mais expressivas que a verificada na cidade (+7,1%).

 As freguesias de Marvila, Carnide, Campolide, Alcântara, Ajuda e Arroios registaram preços e taxas de variação inferiores aos da cidade de Lisboa.

As freguesias de Santa Clara (2.393 €/m2) e Olivais (2.463 €/m2)  apresentaram valores inferiores a 2.500 €/m2. As freguesias de São Vicente, Carnide e Campolide foram as únicas com uma evolução negativa do preço», lê-se no documento.

Freguesias do Porto à lupa

No caso do Porto, destaque para as freguesias do Bonfim, União de freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos e União de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, que apresentaram um preço mediano acima do valor da cidade do Porto (1.873 €/m2): 1.934 €/m2, 2.241 €/m2 e 2.593 €/m2, respetivamente.

Trata-se, também, de uma taxa de variação homóloga (+16,9%, +16,2% e +11,6%, respetivamente) superior à observada na cidade (+11,4%). 

«A União de freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória destacou-se por apresentar, simultaneamente, um preço mediano de alojamentos vendidos (2.169 €/m2) acima do valor da cidade do Porto e taxa de variação, face ao período homólogo (+9,8%), inferior à registada na cidade do Porto.

As freguesias de Ramalde e Campanhã registaram, simultaneamente, um preço mediano (1.637 €/m2 e 1.208 €/m2, respetivamente) e uma variação homóloga (+4,6% e +9%, respetivamente) inferiores aos valores verificados na cidade do Porto», refere o INE, concluindo que a freguesia da Campanhã registou o menor preço mediano (1.208 €/m2) e a freguesia de Paranhos a maior taxa de variação face ao período homólogo (+19,3%).

Por: Idealista