No dia 12 de setembro, quinta-feira, a Câmara Municipal de Loulé anuncia a Human XXI, uma bienal do Humanismo com a primeira edição marcada para 2020. A sessão de apresentação terá início às 21h30, no Cine-Teatro Louletano, e contará com a presença do Nobel da Paz José Ramos-Horta que é entrevistado em palco por Adelino Gomes.

A conversa com o Presidente de Timor entre 2007 e 2012 - transmitida mundialmente em direto via internet - será o momento inaugural de uma iniciativa que visa a reflexão sobre os valores do Humanismo e os desafios que se colocam à Humanidade neste século. Atenta às transformações do mundo a autarquia assume a sua responsabilidade por preservar e aprofundar o legado de homens como Erasmo de Roterdão a que no passado se juntou uma notável plêiade de pensadores, literatos e cientistas portugueses, muitos deles forçados a emigrar ou sacrificados pela Inquisição.

Em 2020, a Human XXI arranca com o tema "A Nova Inteligência", realizando-se à margem uma grande homenagem a Mariano Gago cuja ação estará no centro de uma exposição documental biobibliográfica. O tema é de grande atualidade e concita a preocupação de todos, dado que se está, precisamente em face de uma iminente mudança do conceito do Humano, pois pela primeira vez o natural e o artificial, criado pelo homem, pode ajudar mas também pode desfigurar a Humanidade, tal como a conhecemos.

A programação da Bienal de 2020 e das iniciativas conexas, bem como o esboço temático das bienais dos anos mais próximos, será genericamente descrita, pela Direção da Bienal, durante a sessão.

A Bienal pretende pensar as implicações da inteligência artificial em áreas como a criatividade, a economia, a ciência, a comunicação ou o ambiente e refletir sobre os efeitos diretos e inevitáveis que terá no país e no mundo. Estes são os desígnios a que se propõe a primeira edição de um programa de bienais centrada no Humanismo, um dos valores de que a Europa é portadora e cuja programação se estenderá pela década de 2020-2030. As Migrações, a Criatividade Premonitória e o Ambiente são, para já, os temas agendados para as bienais e que vão contar com significativa participação internacional, designadamente dos países do Mediterrâneo Ocidental. Também relevantes serão as parcerias em desenvolvimento com a Universidade do Algarve e universidades da Andaluzia e Marrocos.

Para além dos encontros e jornadas com cientistas, escritores, artistas, pedagogos e pensadores que se vão realizar, ao longo do próximo ano, a Human XXI vai procurar o diálogo a propósito dos temas no quadro das bienais, com os vizinhos mediterrânicos de Portugal, designadamente Marrocos, França, Espanha e Argélia. É desejável, e esse é o objetivo, que a Bienal não seja apenas um festival de cultura que se realize em circuito fechado, mas que atinja o maior número de cidadãos, criando-lhe o desejo do conhecimento e promovendo a consciência cívica e a robustez ontológica.

Pela sua singularidade, no meio, esta Bienal não se destina a competir com outras realizações culturais, dentro do município ou nos municípios circundantes. Apenas pretende oferecer às populações instrumentos de conhecimento e síntese de que o ambiente cultural moderno, muito dispersivo e não contextualizado, carece.

No encerramento de cada Bienal será entregue um Prémio no valor a determinar, atribuído a uma personalidade portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido, de forma marcante, na área do Humanismo.

Vítor Aleixo, presidente da autarquia louletana, considera que “a realização desta Bienal do Humanismo, que será dirigida por Carlos Albino, insere-se no trabalho que tem vindo a ser realizado pelo município na área da cultura, educação, emergência climática, saúde, inovação social e criação de conhecimento, o qual pretende contribuir para que Loulé e os louletanos possam enfrentar com maior capacidade e alicerçados nos valores do Humanismo os desafios constantes do mundo contemporâneo”.

 

Por: CML/GAP /RP