Faculdade de Letras de Lisboa, os investigadores envolvidos nestes trabalhos juntam-se para apresentar publicamente as conclusões dos seus estudos. As conferências intituladas «Monte Molião: um projeto internacional» irão acontecer esta sexta-feira, dia 2 de agosto às 15h30, no Auditório Paços do Concelho Séc. XXI, sendo abertas à participação de todos os interessados.
O Monte Molião é uma pequena colina ovalada, localizada na margem direita da foz da ribeira de Bensafrim (Rio de Lagos).
A investigação que, desde 2006, a UNIARQ (Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa) tem vindo a efetuar sobre o sítio, com o suporte financeiro da Câmara Municipal de Lagos, permitiu recolher importantes dados acerca das suas ocupações antigas (da Idade do Ferro e época romana).
As arquiteturas domésticas e os muito abundantes materiais arqueológicos recuperados durante os trabalhos de campo evidenciam a integração de Monte Molião nas grandes rotas comerciais da antiguidade e a interação dos seus habitantes com outras comunidades humanas mediterrâneas.
A 11ª campanha de escavações arqueológicas, que se desenvolve entre o dia 15 de julho e o dia 28 de agosto, é financiada integralmente pela Câmara Municipal de Lagos ao abrigo de um protocolo que une esta autarquia à Faculdade de Letras de Lisboa.
Os investigadores da Uniarq Ana Margarida Arruda, Elisa de Sousa, Carlos Pereira, e Iris Dias e Francisco Gomes dirigem os trabalhos no terreno, e contam com a colaboração voluntária de estudantes da licenciatura e do mestrado em Arqueologia da Faculdade de Letras de Lisboa, de bolseiros pós-doutorais, uma equipa que soma um total de 40 pessoas.
Este ano os trabalhos continuarão no designado Sector A, junto à rua do Molião, nalguns dos 15 compartimentos integrantes do edifício que se desenvolve para Sul. Verifica-se o excelente estado de conservação dos espaços domésticos de época romana imperial e dos materiais neles incorporados. A grande maioria dos estratos escavados no interior dos compartimentos, que em certos casos atingem mais de 1,50 metros de potência, datam de época romana, especificamente das dinastias júlio-cláudia e flávia, facto comprovado pela tipologia e características dos materiais que foram recuperados, cerâmicos, vítreos, metálicos e ósseos. Outro tipo de restos foi também recolhido, concretamente abundante fauna marinha, que preenchia o interior de algumas ânforas.
Entre os dias 29 de julho e 2 de agosto serão ainda desenvolvidos trabalhos de «Arqueologia da Arquitectura»que foram programados no quadro do Projeto «Técnicas edilicias en el Círculo del Estrecho», financiado pela Subdirección General de Proyectos de Investigación I+D+i de Espanha (Proyectos de Excelencia) dirigido pela Professora Lourdes Roldan da Universidade Autónoma.
O objetivo final do Município de Lagos é o retorno social da investigação deste sítio arqueológico através da construção de um centro de interpretação na encosta do Monte Molião que explique para além do Monte Molião a ocupação romana da Baía de Lagos.
Por: CM Lagos