Novo sistema de gestão inteligente integra conjunto de medidas que poderão reduzir o gasto até 80 por cento, visando sustentabilidade e adaptação às alterações climáticas.

A Infraquinta apresentou esta terça-feira o novo Sistema de Rega Eficiente IQ já implementado nos cerca de 13 hectares de espaços verdes da Quinta do Lago.

A ativação desta nova tecnologia, aliada a um conjunto de outros investimentos realizados pela empresa municipal, permitiram já reduzir as necessidades de consumo de água para rega em alguns espaços em 50 e 80 por cento.

A implementação do Rega IQ vem concluir um vasto leque de medidas realizadas pela Infraquinta, em linha com a estratégia do Município de Loulé, para adaptação às alterações climáticas e sustentabilidade do uso da água.

Entre as medidas adotadas no último ano, contam-se a diminuição da relva nos arranjos paisagísticos e a preferência por espécies autóctones mais resilientes a períodos de seca nos espaços ajardinados. A alteração da tipologia destes espaços, associada à implementação do novo sistema de rega eficiente, poderão assim reduzir drasticamente as necessidades de consumo de água para rega da Infraquinta.

“A requalificação paisagística de vários espaços, nomeadamente a Rotunda 1 (Av. Ayrton Senna) ou do Jardim Valverde, já permitiram uma redução de 83 por cento e 56 por cento” respetivamente, assinalou o presidente do Conselho de Administração da Infraquinta, Miguel Piedade, na cerimónia de apresentação do novo sistema de rega IQ.

O administrador da Infraquinta adiantou ainda que a água usada para rega dos 127 277 metros quadrados de espaços verdes tem três origens diferentes: 47,5 por cento dos espaços são irrigados com água proveniente de furo, 34,5 por cento com água residual tratada e apenas 18 por cento da área de jardins é irrigada com água da rede de estabelecimento.

Com a implementação do sistema Rega IQ, toda a água utilizada para este fim vai ser monitorizada, analisada, controlada e gerida remotamente com recurso a qualquer dispositivo com ligação à internet (telemóvel, tablet ou computador) de acordo com os dados meteorológicos previamente analisados como a humidade, direção e intensidade do vento, temperatura, índice UV ou pluviosidade.

A recolha destes dados é viável com recurso a um sistema de estações de receção WiFi 3G, alimentadas por painéis solares e 115 controladores e sensores distribuídos por a área de jardins. Além do controlo da quantidade de água necessária, o sistema também vai tornar possível monitorizar a origem da água e detetar anomalias, como avarias de equipamento, falta de baterias e roturas.

A implementação deste sistema vai ainda permitir uma redução significativa de custos energéticos e de consumo de água por parte da Infraquinta – que, desde 2015, regista na sua rede de abastecimento de água a mais baixa taxa de perdas em todo o território nacional.

Também a informação da estação meteorológica da Infraquinta, instalada na Quinta do Lago desde 2015, vai passar a ser disponibilizada em tempo real, para que num futuro próximo, a interligação destes dados e dos sistemas de rega dos proprietários permita a gestão remota dos privados estejam eles onde estiverem, minimizando o desperdício de água.

“A água, seja qual for a sua origem, é um recurso escasso e é preciso combater o desperdício. Nós, Infraquinta, como utilizadores, já o fazemos e o desafio é também sensibilizar os nossos clientes, quem utiliza e compra água e os que têm furos, para que possam também diminuir ao máximo o desperdício”, referiu o administrador da Infraquinta, Miguel Piedade.

Presentes na cerimónia de apresentação do Rega IQ estiveram Cláudio Lampreia (diretor do Departamento de Paisagismo e Jardinagem da Infraquinta), João Henseler (responsável da empresa Aquamatic) e ainda o vice-presidente da Câmara Municipal de Loulé, Pedro Pimpão, que reconheceu o trabalho efetuado pela Infraquinta ao adotar uma ação que se poderá traduzir “em 'know how' técnico para que estes usos eficientes em termos de utilização de água possam ser implementados no resto do território municipal”.

“É um grande desafio porque a situação que vivemos já não é de minimização de impacto ambiental mas sim de emergência climática, como disse o senhor presidente da Câmara Municipal de Loulé [Vítor Aleixo]. Aquilo que vivemos, ano após ano, é o aumento de necessidade da população em termos de utilização de água, e, portanto, ela deve ser racionalizada o mais possível sem pôr em causa a vida das pessoas, das empresas e a vida quotidiana de todos nós. Temos de racionalizar para que no futuro não tenhamos situações dramáticas”, concluiu o autarca.

 

Por: Infraquinta