Os eleitores do município de Castro Marim voltam hoje às urnas para escolher o novo executivo, numas eleições intercalares provocadas pela demissão em bloco da lista do atual presidente da autarquia, Francisco Amaral (PSD).

O presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, foi reeleito em 2017 para um segundo mandato à frente da autarquia, mas perdeu a maioria absoluta e ficou em igualdade com o PS no número de eleitos (dois), depois de o quinto e último eleito ter ficado na posse do movimento independente Castro Marim Primeiro (CM1), liderado pelo seu antecessor no cargo e antigo colega de partido, José Estevens.

Ao longo de cerca de dois anos deste segundo mandato na Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral criticou o “bloqueio” que a “coligação informal” composta por PS e CM1 estava a provocar na gestão do município, responsabilizando estas forças políticas pela eventual perda de fundos comunitários e pelo não avançar de projetos programados.

Em abril passado, o presidente da Câmara apresentou a demissão em bloco da sua lista para provocar a realização de eleições intercalares e a Secretaria de Estado da Administração Local convocou o ato eleitoral para hoje, 02 de junho, uma semana depois da votação para o Parlamento Europeu se ter realizado.

Francisco Amaral mostrou-se convencido de que a população vai devolver a maioria absoluta à coligação PSD/CDS-PP e punir a oposição pelo alegado “bloqueio” da gestão municipal, que a sua rival do PS nestas eleições, a vereadora Célia Brito, sempre negou.

Célia Brito está também convicta de que os eleitores irão punir “a falta de diálogo” e de capacidade do autarca para “encontrar soluções em minoria”, acreditando que o PS pode, desta vez, alcançar o triunfo que em 2017 falhou por escassas dezenas de votos.

Francisco Amaral pode, no entanto, capitalizar a vantagem da não participação do movimento CM1 nestas eleições intercalares, devido às dificuldades em suportar financeiramente duas eleições em dois anos, e ver facilitada uma maioria absoluta, que a CDU e o seu candidato à presidência da Câmara Nuno Osório irão tentar também impedir obtendo representação num órgão autárquico em que não consegue habitualmente representação.

PSD/CDS-PP, PS e CDU vão assim ser as três escolhas possíveis para os cerca de 5.800 eleitores do concelho do distrito de Faro, que conta com uma população de cerca de 6.700 habitantes distribuídos por quatro freguesias, três localizadas na serra algarvia do Baixo Guadiana e outra no litoral do sotavento algarvio.

 

Por: Lusa