A maioria das pessoas em risco de pobreza em 2017 vivia nas regiões Norte e Centro do país, apesar de os níveis de pobreza serem mais elevados nas regiões autonómas, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Os resultados Inquérito ao Rendimento e Condições de Vida mostram que a desigualdade na distribuição de rendimentos continua a ser “fortemente assimétrica”.

Em 2017, 17,3% da população residente em Portugal vivia na pobreza. Quer isto dizer que havia 1,8 milhões de pessoas a viver com menos de 467 euros por mês - correspondentes aos 5.607 euros anuais definidos como limiar de pobreza.

Em 2017, apenas a Área Metropolitana de Lisboa tinha uma taxa de risco de pobreza significativamente inferior ao valor nacional: 12,3%, ou seja, menos 5% que o risco de pobreza nacional (17,3%). No Alentejo, o risco de pobreza foi de 16,9%, apenas ligeiramente inferior à média nacional, segundo o INE.

Apesar de os residentes nas regiões autónomas estarem mais expostos ao risco de pobreza (31,6% nos Açores e 27,5% na Madeira), é nas regiões Norte e Centro do país que se concentra a maioria das pessoas a viver com um valor mensal abaixo dos 467 euros. Na região Norte estimam-se 664 mil pessoas pobres e no Centro mais 415 mil. Estas duas regiões concentram 60% da população que vive na pobreza.

“Forte desigualdade” na distribuição de rendimentos

A distribuição de rendimentos continua a ser "fortemente assimétrica", de acordo com o INE, apesar de os principais indicadores de desigualdade se terem reduzido novamente em 2017. Apesar disso, as “diferenças de rendimentos entre todos os grupos populacionais, e não apenas os de menores e maiores recursos, registou um valor de 32,1%".

Mais adianta o gabinete de estatísticas que “a distância entre o rendimento monetário líquido equivalente dos 10% da população com maiores recursos e o rendimento dos 10% da população com mais baixos recursos, foi de 8,7”, o que quer dizer que os 10% mais ricos em Portugal ganham oito vezes mais que os 10% mais pobres.

Mais de dois milhões em risco de pobreza em 2018

No ano passado, 2,2 milhões de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social, ainda segundo os dados do INE. Este número resulta da "conjugação das pessoas em risco de pobreza no ano anterior (1.777 mil) ou que viviam em agregados com intensidade laboral per capita muito reduzida no ano anterior (532 mil) ou que viviam em privação material severa em 2018 (615 mil)". 

Deste total, 109 mil pessoas encontravam-se simultaneamente nas três condições adversas: pobreza, privação e baixa intensidade laboral. Ainda assim, a taxa de pobreza ou exclusão social foi 21,6% em 2018, menos 1,7% que no ano anterior.

 

Por: Idealista