Foi de uma forma descontraída e de grande proximidade com o jovem público, que a conceituada artista Joana Vasconcelos esteve esta segunda-feira na vila de Salir, no interior do Concelho de Loulé, para participar numa sessão na Escola Básica Prof. Sebastião José Teixeira, integrada no projeto «Ser Artista em Portugal».

Referência incontornável na arte portuguesa atual, Joana Vasconcelos participou assim num ciclo de conversas promovido pelo Centro Nacional de Cultura, com o apoio da revista Egoísta, e numa parceria da Rede de Bibliotecas Escolares, com o pressuposto de falar do seu percurso escolar e profissional, difundindo a ideia de que alguém que opte pela via artística tem um percurso possível que pode ser de sucesso.

Deste modo, a artista falou na primeira pessoa para a comunidade escolar, sobretudo para os alunos que marcaram presença na biblioteca escolar de Salir, numa abordagem aos passos que deu até chegar à consolidação de uma carreira na área das artes plásticas, com projeção nacional e internacional. Da jovem da zona da “linha de Cascais” que ingressou na Escola António Arroio para estudar artes, uma aluna mediana como a própria referiu, que passou pelo Design, no IADE, ou pelo Desenho e Joalharia, na Ar.Co, até à artista e também, empresária que é hoje (emprega cerca de 60 pessoas).

Com um discurso inspirador que pretendeu fundamentalmente contagiar estes jovens para o estudo das artes, Joana Vasconcelos explicou o conceito e as ideias que estiveram por detrás de algumas das suas obras mais marcantes como “Marilyn”, o elegante par de sandálias de grande dimensão feito de tachos e panelas que esteve exposto em Versalhes; “A Noiva”, o polémico lustre executado exclusivamente com tampões; ou o “Coração Independente”, replicado em vermelho, dourado e preto, recorrendo a talheres de plástico para recriar a filigrana, um material tão português quanto o é o coração de Viana que serviu de inspiração à artista.

Nesta visita ao estabelecimento de ensino de Salir, Joana Vasconcelos teve a oportunidade de inaugurar uma das salas de aula batizada com o seu nome que irá figurar, aqui, ao lado de outras personalidades da cultura portuguesa como o poeta António Aleixo.

A artista pôde ainda apreciar o trabalho de algumas artesãs locais que usam a palma como material privilegiado para executar produtos únicos e que fazem parte da tradição do Concelho de Loulé. Joana Vasconcelos fez questão de adquirir algumas das obras destas artistas que fazem parte da mostra permanente patente ao público no Posto de Turismo de Salir.

 

Por: CML/GAP /RP