Pelo 30º ano consecutivo, o Salir TT percorre a Serra Algarvia e fomenta a reflorestação com a plantação de 300 árvores, entre sobreiros e medronheiros. Segundo Valter Martins, organizador, este evento ganha a cada ano que passa maior credibilidade e confiança, incrementando tanto o número de participantes, como patrocinadores, como de voluntários, levando o nome do Algarve por todas as partes. A cada ano são mais as pessoas que vêm tanto de visita como participar no evento.
V.A. – Que inovações foram apresentadas neste 30.º Passeio Todo o Terreno? Decorridos 30 anos ainda se consegue inovar?
VM - Há sempre algo em que podemos inovar, ou pelo menos tentamos. Os trilhos são sempre diferentes, podemos passar nos mesmos caminhos num ano, mas no ano a seguir já são diferentes, as paisagens da nossa serra são únicas e a 30ª edição do SALIR TT ficou marcada pela lembrança final ao participante, este ano entregamos aos participantes um molde em madeira de sobreiro devidamente trabalhado, rodeado em cortiça com o carrinho colado em cima. Um trabalho feito desde outubro quase em exclusivo pelo André Cavaco e pela Quirina Revés, membros desta organização desde 2016.
V.A. – Pelo facto de estarem a celebrar o 30º aniversário houve acréscimo nas participações, quantos carros participaram este ano?
VM - Este ano participaram 117 viaturas e 14 motos, mais de 300 participantes. Não acreditamos que tenha havido um acréscimo por ser o 30º aniversário, mas sim por ser o SALIR TT, o evento TT mais antigo em Portugal. No ano passado também tivemos de fechar inscrições, a única diferença foi que no ano passado fechamos três dias antes do evento, este ano três semanas antes. Colocamos sempre qualidade acima de quantidade, não somos e não queremos ser o maior evento TT em Portugal, queremos e tentamos ser os melhores.
V.A. – Este evento tem vindo a contar com uma grande preocupação ambiental, como decorreu a plantação de árvores durante o percurso? Quantas plantaram este ano? Até agora; qual o número de árvores plantado?
VM - Este ano de 2019 foram plantadas perto de 300 árvores, acho que foi um dos pontos altos do evento, pelas publicações vistas nas redes sociais todos ou quase todos quiseram deixar uma marca neste evento e fizeram questão de partilhar. Desde 1995 já foram plantadas perto de 4500.
V.A. É feito algum seguimento relativamente ao crescimento e manutenção dessas árvores?
VM -Tem sido uma preocupação nos últimos anos, antes de idealizar os percursos tentamos verificar zonas possíveis para plantação e dentro dessas zonas falamos com os proprietários para saber se estão interessados. Um grande apoio nesta área tem sido a Associação Produtores Florestais da Serra do Caldeirão que por vezes faz a “ligação” a ambas as partes. Durante os últimos anos temos verificado uma maior preocupação nos proprietários em não deixar perder as plantações e é com bastante orgulho que verificamos que os terrenos são tratados para que não se percam as árvores.
V.A. – Já está á frente deste evento, como principal organizador, desde 2015, nessa altura o orçamento utilizado era de cerca de 30.000 euros. Estes valores ainda se mantêm? Qual é geralmente o retorno? É um evento sustentável?
VM - O número de participantes aumenta, o orçamento vai aumentando. Este evento nestes moldes de qualidade para o participante só é um evento sustentável porque sempre teve o apoio incondicional da Câmara Municipal de Loulé, principalmente desde 2009, ano de crise em Portugal e que os grandes patrocinadores saíram. O SALIR TT não é um evento para trazer retorno, é um evento que trabalha mediante os orçamentos, tentamos arranjar patrocinadores que nos paguem as despesas fixas, o valor dos participantes serve para as despesas variáveis.
V.A. Quais os apoios e patrocínios com que conta o Salir TT?
VM - O SALIR TT tem vários patrocínios, a maioria com sede no concelho de Loulé e os que não têm possuem estabelecimentos no concelho, A.Mestre, Cavaco e Pina, Algarpneus, Renteci, T-Fuel, Sandia Stand, Carlos Palma, Casa Agrícola Madeira, Pinguinha e Bota, Visacar. Depois existem várias parcerias, Ascol, ATR, Associação Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, Cruz Vermelha, ICNF. Apoios, tal como disse anteriormente o principal sem dúvida nenhuma a Câmara Municipal de Loulé, a GNR e a junta de freguesia de Salir que nos ajuda em tudo o que necessitamos e este ano contamos com o apoio da Escola Básica Prof. Sebastião José Pires Teixeira que nos facultou o pavilhão para podermos servir o jantar. Claro que não podemos esquecer “A Voz do Algarve”.
V.A. - Nestes 5 anos à frente do Salir TT, qual o balanço?
VM - Os eventos desta secção, os últimos 5 anos não se resumem só ao SALIR TT, estamos ativos como nunca, levamos o ano inteiro a preparar eventos, alguns, como principais organizadores, SALIR TT e SALIR TT night edition, e noutros, como parceiros da ATR como o Ultra Trilhos Rocha da Pena, UTRP. Durante estes 5 anos o número de viaturas e participantes aumentou de evento para evento, o nome SALIR TT, ouve-se, lê-se e é reconhecido por todos. É gratificante quando ganhamos sorrisos, sorrisos de quem nos visita e de quem fica a conhecer a beleza da nossa serra. Para terminar existe um leque de pessoas que me acompanhou que tenho de realçar, David, Nogueira, Mikael, Vítor, Luís Cavaco, Francisco, André, Quirina, Sónia, Manuel Rosa, Nélio, Paulo, Alexandre, Germano, Ricardo, Foguete, Karla…etc. Graças a esta grande equipa e a muitos outros o balanço final destes 5 anos é sem dúvida positivo, cada vez mais, SALIR capital algarvia do todo o terreno.
Nathalie Dias
