A carteira de imóveis que o Santander Totta tinha colocado à venda - resultante da integração do Banco Popular - foi comprada pelo fundo norte-americano Cerberus.

O negócio de compra do chamado "Projeto Tagus" foi fechado em dezembro passado, por600 milhões de euros, e na corrida por estes ativos imobiliários estavam também a Apollo, a Bain Capital (que tem comprado crédito malparado à Caixa Geral de Depósitos) e a Arrow Global. 

A operação de venda destes ativos tóxicos (NPL, na sigla em inglês) "ajudou o banco liderado por Pedro Castro e Almeida a registar lucros de 500 milhões em 2018", segundo o ECO, que avança com a notícia.

“Tentamos muito rapidamente alienar estes ativos porque achamos que gestão do banco deve estar concentrada naquilo que é concessão de novo crédito à economia e não estar a gerir carteiras que já estão adequadamente provisionadas e que de pouco adicional trazem aos resultados do banco“, declarou recentemente, na apresentação de resultados do Santander Totta, o administrador financeiro Manuel Preto.

O gestor concretizou que depois que a alienação daquela carteira de imóveis deu um contributo positivo de cerca de 50 milhões de euros para os resultados do ano passado, através da libertação de provisões feitas para estes ativos.

Quem é o gigante Cerberus?

Formando em 1992, Cerberus é um fundo norte-americano que investe em várias áreas, entre as quais o imobiliário, e tem estado particularmente ativo no mercado português no último par de anos. Recorda o ECO que esteve na corrida pela maior carteira de mal parado alguma vez vendida em Portugal, o “Projeto Nata”, composto por crédito em incumprimento no valor de 2,15 mil milhões de euros que o Novo Banco vendeu em dezembro ao fundo KKR.

Foi também o Cerberus que comprou o banco BES Vénétie ao Novo Banco no final do ano passado por cerca de 50 milhões de euros, tendo perdido a corrida pelo banco espanhol da Caixa Geral de Depósitos para o Abanca.

Outras vendas de carteiras de crédito de bancos portugueses

No final do ano passado vários bancos fizeram vendas de carteiras de crédito malparado, tendo sido a maior — das comunicadas ao mercado — a do Novo Banco, que alienou a fundos de investimento 102 mil contratos no valor de 2.150 milhões de euros, tal como recorda a Lusa.

Já a Caixa Económica Montepio Geral vendeu 10 mil contratos no valor de 239 milhões de euros a uma empresa da Irlanda, não se sabendo o impacto nas suas contas.

Na semana passada, tal como indica a agência de notícias, soube-se que o BPI vendeu em novembro 400 milhões de euros, tendo lucrado 17 milhões de euros com essa alienação.

 

Por: Idealista