A propósito do Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, especialistas em tratamento de apneia do sono defendem:

A apneia do sono é uma perturbação respiratória que afeta 10% da população mundial, cerca de 500.000 mil de pessoas em Portugal

A telemedicina vai romper com o modelo prévio de seguimento dos pacientes com apneia do sono, causando a transição da assistência presencial à assistência virtual.

Estudos clínicos em curso na Unidade de Sono de Vitoria (Espanha) revelam que é possível trabalhar com a mesma excelência clínica sem que exista a necessidade da deslocação física do paciente ao hospital.

A telemedicina abre caminho à medicina personalizada, permitindo um seguimento diário do paciente à distância e a obtenção de mais dados que as consultas médicas periódicas presenciais.

De 8 a 10 de Novembro decorreu a 34ª edição do Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Pneumologia em Albufeira, no Algarve. No contexto da reunião científica debateu-se o valor da Telemedicina no tratamento da apneia do sono. O simpósio “Telemedicina na apneia do sono: absolutamente necessária?”, que é patrocinado pela Philips, empresa líder mundial em tecnologia de saúde, apresenta resultados preliminares de um estudo de coorte que envolveu  500 pacientes e que demonstra que os pacientes seguidos com telemedicina têm melhores resultados de adesão ao tratamento, menos sonolência diurna e ao volante, mais vitalidade e melhor qualidade vida. Carlos Egea, Chefe de Serviço da Unidade de Sono do Hospital Universitário Araba, (Universidad del País Vasco – Espanha) e Diretor de Qualidade & Inovação da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR), vem a Portugal partilhar os dados obtidos e não tem dúvidas em afirmar que se está a comprovar “que é possível trabalhar com excelência médica sem necessidade de termos o paciente presencialmente na unidade de sono”. O simpósio terá lugar no próximo sábado, 10 de Novembro, às 14:30 na sala SUL do Centro de Congressos Epic Sana, integrado no Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

 

Telemedicina e sustentabilidade 

Carlos Egea considera que nos próximos anos se irá viver uma autêntica revolução que vai romper com o modelo prévio de seguimento dos pacientes, que se baseava no contacto físico - preencher o historial clínico, pedir exames médicos, marcar consultas de revisão clínica e/ou de enfermagem, etc. – e que portanto consumia uma série de recursos humanos e financeiros do sistema nacional de saúde. As novas tecnologias de telemedicina permitem realizar todos estes trâmites de maneira remota, o que promove uma gestão mais eficiente desses recursos. “Antes precisávamos de cinco a seis consultas presenciais para avaliar os pacientes e agora, com a telemedicina, conseguimos reduzir esse número a apenas duas consultas”, afirma Carlos Egea. Outra das vantagens que a teleassistência oferece é o trabalho em rede, integrando distintos profissionais de saúde, inclusive os de seguimento primário, o que melhora a abordagem da patologia e não incrementa os custos para o sistema de saúde.

 “Se olharmos para o benefício global não só em termos de saúde populacional mas também em termos económicos, vemos que a tecnologia e a mudança de cultura na forma como fazemos o seguimento dos pacientes vai favorecer a sustentabilidade do sistema, e vai evitar a geração de custos que não aportam valor ao sistema de saúde.”

Da consulta presencial periódica à monitorização virtual continuada

Esta mudança de paradigma, que levará a uma gestão virtual dos pacientes de apneia do sono, permitirá aos clínicos abrir novos caminhos no campo da medicina personalizada. De acordo com Carlos Egea, “a forma de tratar os pacientes está inclusive a tornar-se mais fácil, já que os dados do paciente se transmitem todos os dias e, portanto, é muito mais fácil proporcionar medicina personalizada”. Em vez de receber o paciente periodicamente sem saber se o tratamento decorreu correctamente entre consultas - seja por problemas técnicos associados com os dispositivos de tratamento ou com outras questões que afetam o paciente – o especialista pode agora ver através do sistema de telemedicina que o rendimento do tratamento não foi o ideal e tomar medidas corretoras de forma imediata. Neste sentido, os resultados preliminares do estudo mostram que as taxas de efetividade dos pacientes monitorizados constantemente, e à distância, superam os 93%. Isto significa que estes pacientes têm uma gestão totalmente personalizada da sua doença e obtêm melhores resultados de saúde graças a isso.

Benefício para o paciente

O estudo que se apresenta na SPP, do qual se expõem resultados de 311 pacientes de uma amostra de 500, revela um impacto significativo não só na gestão clínica e na sustentabilidade do sistema, mas também nos resultados de saúde dos doentes, e os dados não podiam ser mais claros: “quando diagnosticados 69% dos pacientes afirmava sentir sonolência durante o dia, após 90 dias de uso de telemedicina apenas 13% diz sentir-se sonolento. No que se refere à sensação de sonolência na condução, apenas 28% dos pacientes dizia não sentir sono ao conduzir, sendo agora 85% os que dizem sentir-se perfeitamente capazes de não adormecer ao volante; o mesmo acontece quando analisamos os dados de fadiga diurna, de 59% que não sentiam cansaço a 89% que agora gozam de maior vitalidade. Ou seja, verificamos que a qualidade de vida dos pacientes aumentou, 20% dos pacientes afirmavam não ter qualidade de vida e agora apenas 9% dizem o mesmo”, expõe Carlos Egea.

A Telemedicina melhora o cuidado 

A conetividade é o grande facilitador da Telemedicina. O facto dos dispositivos CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) estarem sempre conectados e permitirem descarregar as variáveis mais importantes como o número de horas de utilização, por exemplo, abre o caminho para a implementação de plataformas digitais, como sejam EncoreAnywhere da Philips, através da qual os médicos fazem uma gestão virtual do tratamento da apneia do sono.

A telemedicina está a entrar no nosso sistema de saúde a diferentes velocidades e até há muito pouco tempo estava circunscrita ao médico. A Philips continua a derrubar barreiras na saúde, dando poder e ferramentas para que o próprio paciente controle a sua saúde. Foi assim que nasceu DreamMapper, a app de e-health para o paciente com apneia do sono, que se conecta aos dispositivos CPAC da Philips e com a plataforma de Telemedicina EncoreAnywhere, fechando o círculo de cuidados do paciente.

Por: Omni