Na narrativa de “Alguém me sabe dizer se o meu chapéu está bem posto?, os pensamentos são soltos em voz alta. Há um desfile de pequenas estórias que constroem uma vida, pedaços agridoces de um mundo que gira entre a crueldade, o sarcasmo e o 'nonsense'. Sozinha em cena e na vida, tendo como interlocutor vários animais de estimação, uma mulher da limpeza, reflecte em voz alta sobre o que vê e ouve nos pequenos mundos onde o seu dia-a-dia se consome.
Deliberadamente é um espectáculo que não quer ditar uma moral, mas também não tem a pretensão de ser amoral. Com tanta moralidade proclamada que nos entra pelos olhos e ouvidos dentro diariamente, para logo depois ser esquartejada, o melhor é ser o espectador a escolher o chapéu que lhe interessa e perguntar: “Alguém me sabe dizer se o meu chapéu está bem posto?”.
Os textos do espectáculo são de Karl Valentin e Pedro Malaquias. A interpretação é de Alexandra Diogo e a dramaturgia e encenação de João de Mello Alvim.
A montagem do espectáculo foi apoiada pela Câmara Municipal de Loulé, pela Casa da Cultura de Loulé e pela ACTA - A Companhia de Teatro do Algarve. A participação no festival tem o apoio da Direcção Geral das Artes, da Secretaria de Estado da Cultura, através do seu programa de apoio à internacionalização o que não pode deixar de ser assinalado já que a “folha de medronho – artes performativas de Loulé” ainda não completou um ano de existência.
Por: Alexandra Melo Alvim
