Nome: Francisco Miguel Guerreiro Madeira
Ano nascimento: 2008 (4 agosto)
Durante algum tempo, talvez até demasiado, o chamado trinco, médio defensivo, o que hoje se convencionou chamar de jogador na posição 6, tinha como principal função defender. Ajudava os centrais, recuperava bolas e, bastantes vezes, marcava “em cima”, “homem a homem” o mais virtuoso jogador da equipa adversária que, geralmente, surgia com o número 10.
Mas essa ação era limitativa e algo castradora para a equipa. Porque acontecia, também demasiadas vezes, que o trinco recuperava a bola (missão cumprida) para, de seguida, por falta de visão e do domínio do jogo ou por incapacidade técnica, “chutar para a frente” e entrega-la novamente ao adversário. Ou seja, assistia-se a um esforço tremendo em termos defensivos do tal jogador nº 6, mas extremamente limitativo em termos ofensivos, improdutivo em termos da construção de jogo. Para além de ser pouco apelativo para os espectadores, porque esteticamente feio.
Conscientes disso, surgiram treinadores que, timidamente e aos poucos, tentaram alterar o então estado de coisas. As camadas jovens do Ajax de Amesterdão, sempre na vanguarda do conhecimento futebolística, e as do Córdoba (os mentores ideológicos do tiki-taka posteriormente celebrizado pelo Barcelona) fizeram-no. Mas foi quando Carlo Ancelotti, então treinador do A.C. Milan, colocou o talentoso Pilro a médio defensivo que, devido ao superior mediatismo que a equipa profissional do Milan tinha em comparação com as equipas da formação do Ajax e das do Córdoba, vários técnicos ao redor do globo respiraram fundo, libertaram-se de receios e mudaram a filosofia do jogo. Passou a ser possível jogar bonito e ser extremamente competitivo.
Francisco Madeira é pujante corporalmente. Daí que houve quem o tenha vista como um central típico. Em boa hora, no entanto, a equipa técnica do Louletano o tem colocado a médio centro. Bom recuperador de bolas, forte no jogo aéreo, quer defensiva quer ofensivamente, com boa visão de jogo, qualidade de passe e de remate, jogando sem grandes dificuldades a um ou dois toques mas também conseguindo segurar a bola quando necessário, Kiko, como é carinhosamente tratado pelos amigos, pode vir a ser um jogador extremamente marcante para a geração de 2008 do Louletano. Até porque é aplicadíssimo e exibe já uma cultura de Clube assinalável. Imaginando esta equipa no Futebol de 11, e sendo certo que a capacidade técnica evoluirá continuamente, pode-se arriscar dizendo que Francisco Madeira tem boas condições para ser um dos grandes responsáveis pela equipa jogar bonito e ser equilibrada e altamente competitiva.
Uma carreira a acompanhar com muita atenção!
