A ministra do Mar inaugura na sexta-feira o renovado cais fronteiriço na margem do rio Guadiana, em Vila Real de Santo António, a partir do qual é feita a ligação em «ferry» à cidade espanhola de Ayamonte.

Em comunicado, o Ministério adiantou que a obra, concretizada pela Docapesca, representou um investimento de 334 mil euros, permitindo reformular o cais flutuante destinado às carreiras fluviais de passageiros e viaturas, que passa a estar capacitado para viaturas até oito toneladas.

O embarque de automóveis no "ferry" que liga Portugal e Espanha esteve interrompido um ano e meio, por questões de segurança, relacionadas com a degradação da plataforma, mas a operação foi retomada em junho do ano passado, altura da conclusão da obra, disse à Lusa fonte da empresa responsável pelo transporte fluvial na margem portuguesa.

A interdição do embarque de automóveis através daquele cais foi determinada em novembro de 2015, depois de uma vistoria técnico pedida pela capitania local ao Departamento Marítimo do Sul ter confirmado a degradação da estrutura, que há alguns anos não beneficiava de obras de manutenção.

Em declarações à Lusa, o comandante da capitania local, Pedro Palma, adiantou à Lusa que, na altura, o cais não "reunia condições de utilização", o que o levou a ordenar a interditação da sua utilização, numa primeira fase, apenas para o transporte de automóveis e, mais tarde, também para os passageiros.

Em alternativa, enquanto decorreram as obras, passou a ser usado para o transporte de passageiros um cais próximo, que antes era utilizado apenas pelas empresas marítimo-turísticas.

O capitão do porto de Vila Real de Santo António e Tavira, que à data já desempenhava essa função, indicou que, de acordo com dados de novembro de 2015, o cais era usado diariamente para o transporte de uma média de seis viaturas e de 250 pessoas.

Segundo aquele responsável, "esse valor duplicava em datas festivas e na época balnear", o que aumentava o perigo de utilização da estrutura, que apresentava "más condições estruturais nas obras vivas, abaixo da linha de água, e também a nível de pavimento".

Antes da abertura da ponte internacional do Guadiana, em 1991, a passagem fluvial entre Vila Real de Santo António e Ayamonte era a única ligação entre as duas cidades fronteiriças.

Com a nova ponte, as longas filas de automóveis para entrar no "ferry" que fazia a única ligação entre o Algarve a região espanhola da Andaluzia, deixaram de existir.

Contudo, o crescimento do turismo naquela zona do Algarve imprimiu, recentemente, uma nova dinâmica à ligação fluvial, havendo quem embarque a pé ou mesmo de bicicleta para visitar o outro lado da fronteira.

 

Por: Lusa