Seis acrobatas vão atuar ao som de música tocada ao vivo por cinco intérpretes numa tenda montada em Monchique, no Algarve, em cinco espetáculos, incluindo na noite de fim de ano e no dia 01 de janeiro.

O espetáculo "Klaxon", da companhia francesa de circo Akoreacro, vai estar em cena naquela vila algarvia entre 28 de dezembro e 01 de janeiro, com quatro apresentações noturnas e uma matiné, dedicada às famílias, no dia de Ano Novo, disseram hoje os criadores do projeto "Lavrar o Mar".

Na noite de fim de ano, após o espetáculo, que marca o final da digressão de quatro anos da companhia de novo circo, haverá uma "grande fogueira" junto à tenda, uma tradição em Monchique, com especialidades da terra, como medronho e porco preto no espeto, mas também com comida vegetariana, disse Madalena Victorino.

"Vai ser um diálogo muito criativo entre seis acrobatas e cinco músicos, que vão criar uma dinâmica musical circense", explicou Giacomo Scalisi que, em conjunto com Madalena Victorino, idealizou o projeto "Lavrar o Mar - As Artes no Alto da Serra e na Costa Vicentina".

Aquele responsável falava durante uma conferência de imprensa hoje realizada na Região do Turismo do Algarve (RTA), em Faro, que contou com a presença dos presidentes daquela entidade, dos municípios envolvidos no projeto, Aljezur e Monchique, da comissária do programa "365 Algarve" e dos mentores do "Lavrar o Mar".

Trata-se de um projeto de cariz cultural e turístico que se desenrola em territórios de baixa densidade, compreendendo a serra e o mar, criado com o intuito de combater a sazonalidade do turismo algarvio e a concentração de eventos apenas nos locais turísticos da região.

O presidente da Câmara de Aljezur, José Amarelinho, elogiou o trabalho que tem sido feito ao abrigo do projeto - que vai na segunda edição -, realçando que celebra "uma nova forma de fazer turismo" e que tem conseguido levar "novos públicos" a territórios onde tradicionalmente havia poucos eventos artísticos.

Rui André, que preside ao município de Monchique, disse, por seu turno, que a arte e a cultura "ajudam a combater o isolamento social e outros problemas da comunidade" e que também ajudam a "combater incêndios", já que valorizam os territórios, atraindo novos residentes que ali se queiram fixar.

Na sua primeira ação pública como comissária do "365 Algarve", Anabela Afonso sublinhou que todo o programa cultural que pelo segundo ano se realiza no Algarve mostrou a importância do trabalho em rede, assumindo especial importância quando se tratam de territórios de baixa densidade.

Os espetáculos - que decorrem sempre no heliporto de Monchique, onde será montada uma tenda de circo - estão programados para decorrer os dias que antecedem o fim de ano, a noite de passagem de ano e o primeiro dia de 2018.

O programa compreende 525 apresentações de música, dança, teatro, circo contemporâneo, cinema, artes visuais, literatura, gastronomia e animação de património, nos 16 concelhos da região.

 

Por: LUSA