Atualmente, os jovens tendem a preferir a consulta a fontes digitais em detrimento das tradicionais Bibliotecas… Mas, e se for uma Biblioteca diferente?

E se em vez de livros de papel estivermos a falar de livros de carne e osso, com histórias vividas na primeira pessoa?

Foi exatamente essa a proposta lançada no passado dia 27 de novembro a uma turma do 9.º ano da Escola Básica 2,3 Poeta Bernardo de Passos de São Brás de Alportel, naquela que foi a 1.ª edição da Biblioteca Humana de São Brás de Alportel.

A iniciativa aconteceu na Biblioteca daquela escola e foi desenvolvida no âmbito do projeto “Cria+” do Programa Escolhas que está a ser desenvolvido em parceria pela Associação IN LOCO, Câmara Municipal de São Brás de Alportel e Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas.

A dinamização de uma Biblioteca Humana pretende promover o diálogo, reduzir preconceitos e estimular a compreensão, permitindo aos jovens participantes o contacto com “livros” que são pessoas reais, voluntárias, capazes de comunicar a sua realidade pessoal a “viva voz”, que pode estar relacionada com diversas problemáticas como a ansiedade, os distúrbios alimentares, os consumos ou até a transexualidade. Uma oportunidade diferente de aprendizagem e sensibilização sobre a importância dos direitos humanos para o bem-estar pessoal de todos. A “leitura” destes “livros humanos” é feita num ambiente aberto, acolhedor e seguro, com um ou mais leitores interessados.

O conceito da Biblioteca Humana nasceu na Dinamarca em 2000 através da Organização Não Governamental “Parar a Violência” que com a iniciativa procurou ajudar a quebrar estereótipos e a desafiar atitudes sobre a diferença, visando o entendimento entre os diversos membros de uma comunidade. Atualmente, já são mais de 60 os países com experiências deste tipo, passando agora São Brás de Alportel a integrar esta rota.

 
Por: C. M. S. Brás de Alportel