Os indicadores do 1º Trimestre de 2014 revelam um aumento significativo do movimento de passageiros no modo ferroviário (tanto no sistema regional como no Longo Curso) e a consolidação da retoma dos fluxos de tráfego nos principais eixos regionais e inter-regionais (A22 e A2, respectivamente). Há também a destacar o aumento do movimento de passageiros nas carreiras inter-urbanas (regionais) do transporte colectivo rodoviário. Com os decréscimos mais significativos, destaca-se a persistente perda

1 - Transporte fluvial/marítimo:

No 1º trimestre de 2014, as carreiras da Ria Formosa transportaram um total de 33.856 passageiros, correspondendo a um decréscimo de 48,1% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2013). A carreira da travessia do Guadiana (Vila Real de Santo António - Ayamonte) transportou um total de 13.841 passageiros, resultando num decréscimo de 10,0% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior.

A variação negativa registada no movimento na Ria Formosa não deverá ser observada com especial preocupação. De facto, o valor registado no 1º trimestre de 2013 foi particularmente alto (e fora do normal) para a época, em resultado da realização de um evento desportivo de grande dimensão, para jovens de vários países da Europa, que teve lugar na Ilha de Tavira em finais de Março de 2013. O valor para o 1º trimestre de 2014 é da ordem de grandeza dos valores registados nos primeiros trimestres dos anos anteriores (2010 a 2012). Quanto à carreira do Guadiana, refira-se apenas que a variação negativa se enquadra num cenário mais geral de perda progressiva de movimento, apenas esporadicamente contrariada, nos últimos 25 trimestres, por duas vezes.

2 - Transporte ferroviário:

No 1º trimestre de 2014, o sistema ferroviário regional (Lagos – V. R. de Santo António) transportou um total de 375.443 passageiros, o que significa um acréscimo de 9,2% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012). O Longo Curso (ligações dos serviços Alfa e Intercidades) movimentou um total de 109.535 passageiros, correspondendo a um acréscimo de 12,4% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior.

No caso do sistema regional, trata-se da terceira variação trimestral positiva consecutiva, particularmente importante pelo valor (9,2%) mas também porque reforça a inversão para valores positivos iniciada há 3 trimestres atrás (3ºT 2013). Quanto ao Longo Curso, e como no sistema regional, o acréscimo de 12,4%, reforça igualmente a inversão para valores positivos iniciada no 3º trimestre de 2013.

3 - Tráfego nos principais eixos rodoviários:

No 1º trimestre de 2014, o Tráfego Médio Diário (TMD) no troço da A2 “Almodôvar / S. B. Messines” situou-se nos 4.634 veículos, correspondendo a um aumento de 1,0% em relação ao trimestre homólogo do ano anterior (2013). Na A22, o TMD situou-se nos 5.336 veículos, o que corresponde a um aumento de 5,1% em relação ao trimestre homólogo anterior.

De novo, e para ambas as vias estruturantes, assinale-se que os valores para o 1º trimestre de 2014 constituem o terceiro trimestre consecutivo de variações positivas, após 11 trimestres consecutivos (do 4º trimestre de 2010 ao 2º de 2013) de perdas. Os valores positivos para a segunda metade do ano de 2013 e o primeiro trimestre deste ano consolidam os sinais de recuperação do tráfego que vinham de 2013.

No troço do IC1 – entre S. B. de Messines e Tunes –, que corre paralelo à A2, foi registado um TMD de 5.258 veículos, o que corresponde a um decréscimo de 0,1% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2013). No troço da EN125 – entre S. João da Venda e Faro –, registou-se um TMD de 35.156 veículos, correspondente a um decréscimo de 3,5% relativamente ao trimestre homólogo anterior. No troço da EN125 – entre Odiáxere e Estômbar –, o TMD foi de 19.096 veículos, correspondendo a um ligeiro aumento de 1,4% relativamente ao trimestre homólogo anterior. E no troço da EN125 – entre Tavira e Monte Lagoa –, foi registado um TMD de 12.022 veículos, o que corresponde a um decréscimo de 0,8% relativamente ao trimestre homólogo anterior.

Com excepção do troço da EN125 entre Odiáxere e Estombar, todos os restantes três troços dos eixos secundários registaram decréscimos em relação ao trimestre homólogo anterior (2013). Como nota de destaque, registe-se ainda que o tráfego no IC1 apresenta uma ligeira diminuição, enquanto no eixo paralelo portajado (a A2) se registou um pequeno acréscimo; tal poderá significar que o segundo destes eixos começa, de novo e ao fim de muitos trimestres, a conquistar tráfego ao segundo eixo – a alternativa livre de custos.

4 - Transporte colectivo rodoviário:

No 1º trimestre de 2014, foram transportados 1.107.581 passageiros nas ligações urbanas regionais, menos 7,0% do que no trimestre homólogo anterior (2013). As ligações inter-urbanas (regionais) transportaram um total de 1.536.294 passageiros, mais 9,7% relativamente ao trimestre homólogo anterior.

As ligações inter-regionais asseguraram o transporte de 127.646 passageiros, menos 9,2% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2013); enquanto as ligações internacionais (carreira Lagos – Sevilha) transportaram um total de 3.184 passageiros, menos 13,0% relativamente ao trimestre homólogo anterior.

Como principal destaque do modo rodoviário colectivo registe-se sobretudo: a persistência da quebra acentuada do movimento das carreiras urbanas (embora somente 7% neste trimestre); o expressivo crescimento positivo do movimento nas carreiras inter-urbanas (um valor – 9,7% – francamente contrastante com os valores observados nas variações homólogas dos últimos anos); um novo decréscimo do movimento nas carreiras inter-regionais (que assim, neste trimestre, voltam a perder para o modo ferroviário do Longo Curso).

5 - Transporte Aéreo:

Face à decisão da ANA – Aeroportos de Portugal, SA, em suspender a autorização para a disponibilização da informação relativa aos indicadores “número de voos”, “passageiros transportados” e “passageiros transportados de/para aeroportos nacionais”, não nos é possível, de momento, dar continuidade ao acompanhamento das dinâmicas do transporte aéreo.

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Por: CCDR Algarve