por Luís José Pinguinha | Vice-presidente do Louletano | FUTEBOL | Acompanhando as jovens promessas do Louletano

Nome: Martim Martins Rocha

Ano nascimento: 2008 (17 julho)

 

Os estádios evolutivos dos miúdos enquanto aprendizes de futebolistas, como aliás em todas as outras áreas, variam de jovem para jovem. Nos Benjamins B (ao dia de hoje com 9 anos de idade máxima) há quem chame a atenção, positivamente, pela facilidade de drible, outros pela facilidade de remate, outros pela velocidade, outros pela receção da bola, outros pela precisão dos passes, outros pela eficácia na proteção da sua baliza, outros, os guarda-redes, pela aptidão que denotam para esta específica posição, transmitindo confiança aos companheiros e outros, ainda, por diferente razão.

Há, no entanto, quem sobressaia pelo domínio de todos (ou quase) dos itens referidos. São os denominados craques, admirados pelos colegas, mas, muitas vezes, precoce e perigosamente idolatrados, sobretudo por familiares.

Precoce porque o futebol não é uma ciência exata, há várias razões que, por vezes e infelizmente, têm defraudado espectativas justificadamente criadas. Até por razões que a própria razão desconhece. Perigosamente porque a possível criação de um ego exacerbado pode inibir o jogador quando tiver de enfrentar desafios de superior dificuldade. Porque, sabe-se, as montanhas da vida não existem apenas para se chegar ao topo, mas para que se aprenda o valor da escalada.

Por isso, é fundamental o papel dos treinadores. E o dos pais. Se os pais terem consciência da função que lhes cabe neste processo, apoiando o seu filho, valorizando as ações positivas, retirando a pressão e colocando o acento tónico no prazer em praticar o mais mediático desporto do mundo, o jovem ganhará muito com isso.

Este apoio tem Martim Rocha (pais presentes sem serem asfixiantes). Na 4ª época como jogador federado (sempre no Louletano), Martim não é, atualmente, um craque. Mas é um daqueles jogadores que os treinadores sensibilizados para a problemática da formação adoram ter no plantel, porque é um desafio aliciante. Na verdade, Martim, que tem no jogo aéreo e na utilização do corpo para proteger a bola os seus pontos menos fortes, é rápido, tecnicamente acima da média, com boa coordenação motora, denota bom domínio do jogo enquanto desporto coletivo e possui uma irreverência dentro do campo que, bem canalizada, poderá ser bastante útil. Ou seja, Martim Rocha tem intrinsecamente capacidades e qualidades que o podem catapultar para uma carreira futebolística deveras interessante. Para ser um craque. Tem agora a palavra o jogador, os pais e os treinadores. E. também, fatores que não se controlam. Como a sorte, sempre necessária.