Preparámos um passo a passo com dicas para engravidar durante o verão. Se não engravidar, saiba quando deve procurar um especialista em medicina reprodutiva e quais os tratamentos de fertilidade existentes.

O verão é uma excelente estação para engravidar. Se correr bem na próxima primavera já poderá ter nos braços o seu bebé. Mas infelizmente, ter um bebé de forma natural nem sempre é fácil. “Em cada ciclo menstrual as possibilidades de engravidar rondam os 18%-20%”, explica a Dra. Catarina Godinho, ginecologista do IVI Lisboa. 

Siga o passo a passo que preparámos para quem pretende engravidar este verão.

Plano de ação para engravidar no verão

 

Passo 1

Consulte o seu médico

  • Marque uma consulta pré-concecional com o seu ginecologista.

É importante partilhar com o seu médico a intenção de engravidar. Juntos poderão planear alguns passos importantes na fase da preconceção. Além disso, o médico fará uma observação ginecológica e em função de cada caso poderá solicitar algum exame que julgue conveniente. Geralmente são ainda prescritas análises sanguíneas.

  • Parar a pilula ou método contracetivo utilizado

Existem estudos que evidenciam que a possibilidade de gravidez aumenta nos meses imediatamente a seguir a parar a pílula. Deve também iniciar a toma de ácido fólico pois previne os defeitos Abertos do Tubo Neural (DTN).

 

Passo 2

Relaxe e trate de si

  • Relaxe e descanse

O verão é uma ótima estação para aproveitar mais o ar livre, seja com idas à praia, passeios na montanha ou no campo. O mais importante é escolher atividades que lhe deem prazer e que não exijam demasiado esforço. Deve ocupar o tempo de forma prazerosa e não estar exclusivamente focada na ideia da gravidez. As possibilidades por ciclo rondam os 18%-20% e é bom estar consciente desta realidade para não desanimar se a tão esperada gravidez não ocorrer logo no imediato. “Ir falando com o parceiro sobre o tema pode ser importante para ambos conhecerem as expetativas do outro e se apoiarem mutuamente” comenta a Dra. Filipa Santos, psicóloga do IVI Lisboa.

  • Vigie o peso

O excesso de peso pode diminuir a fertilidade, por isso perca peso se necessário. Idealmente deve consultar um nutricionista e partilhar que está a tentar engravidar para que o plano de alimentação seja adequado à fase. E não se esqueça, o peso a menos também não favorece e pode dificultar a gravidez.

  • Evite o café, o álcool e o tabaco

Nesta fase deve controlar o consumo de café, mas se sente necessidade de beber pergunte ao médico se pode tomar 1-2 cafés por dia. O tabaco e o álcool devem mesmo ser dispensados.

  • Evite os hidratos de carbono e alimentos com alto de açúcar

Estes alimentos devem ser evitados pois durante o refinamento perdem mais de 15 nutrientes, alguns muito importante para a conceção, como o ferro e as vitaminas do complexo B.  Também afetam o ritmo da ovulação e podem contribuir para o excesso de peso.

  • Evite gorduras trans

Em geral são péssimas para a saúde. Provocam sobrepeso e afetam a função cardiovascular. As mulheres que consomem em excesso, produzem menos ovócitos que as que não têm hábito de consumir.

  • Inclua na sua alimentação cereais integrais

A sua ingestão faz com que o organismo assimile e processe mais lentamente e assim os níveis de insulina e de açúcar no sangue não disparam. Isto permite estabilizar a produção de estrogénio e o processo ovulatório tende a regular-se. Contribui ainda para uma maior sensação de saciedade e isso ajuda a manter o peso.                              

  • Aumente o consumo de proteínas

Existem estudos que revelam que a proteína tem um papel importante na libertação do óvulo maduro e na sua preparação para a ovulação.

  • Abuse dos vegetais de folha verde e cores intensas

São ricos em vitaminas e minerais e por isso excelentes para prepare o corpo para as exigências da gravidez. E ainda contêm micronutrientes responsáveis por combater os radicais livres que danificam as estruturas reprodutivas.

 

Passo 3

Comece a tentar

  • Janela da fertilidade

Um óvulo sobrevive cerca de 48 horas e os espermatozoides sobrevivem umas 72 horas dentro do corpo da mulher, posto isto a janela de oportunidade para conceber é relativamente curta. O período ótimo para engravidar será entre o dia 10 e 17, considerando um ciclo menstrual de 28 dias.

  • Ter relações sexuais dia sim dia não

Quando uma mulher quer engravidar, os especialistas recomendam ter relações dia sim, dia não durante o período fértil. Segundo alguns estudos científicos, depois da ejaculação, os espermatozoides demoram cerca de 30 a 40 minutos a chegar a uma das duas entradas da trompa de Falópio. No entanto, os espermatozoides sobrevivem, em média 48 a 72 horas dentro do corpo da mulher.

Isso, quer dizer que, se tiver relações sexuais dois dias antes da ovulação ocorrer, os espermatozoides estarão ainda vivos, dentro do corpo da mulher, à espera do óvulo. Se a ovulação ocorrer entre 12 a 24 horas antes dos espermatozoides chegarem às trompas, o óvulo ainda estará à espera na trompa. Mas se a ovulação já tiver ocorrido há mais de 24 horas, a fecundação não é possível. Assim se mantiver relações sexuais dia sim, dia não assegura que haverá sempre espermatozoide à espera do óvulo.

  • Porque e que não deve treinar todos os dias?

Muitos casais acreditam que se deve ter relações todos os dias durante o período fértil. Mas é um mito, pois isso implicaria menor quantidade e qualidade de espermatozoides. 

  • Se o plano de engravidar falhar, o que pode fazer?

Se o casal mantem relações sexuais desprotegidas e orientadas para a gravidez há mais de 1 ano e não engravida deve consultar um especialista em fertilidade. Se tiver mais de 35 anos o período para consultar o especialista deve ser encurtado para 6 meses.

Na consulta de fertilidade será avaliada a história do casal e o médico após diagnóstico determina se é necessário fazer mais algum exame. Se tiverem exames anteriores devem trazer para a consulta.

 

Tratamentos de Procriação medicamente assistida

Nas clínicas IVI dispomos de uma equipa de profissionais especializados e de instalações e tecnologia inovadora.

A Inseminação Artificial Intrauterina consiste na colocação de uma amostra de sémen, preparada previamente no laboratório, no interior do útero da mulher a fim de aumentar o potencial dos espermatozoides e as possibilidades de fertilização do óvulo. Desta forma, pretende-se diminuir a distância que separa o óvulo e o espermatozoide, e facilitar a fertilização.

A Fertilização in Vitro (FIV) é a união do ovócito com o espermatozoide no laboratório de FIV, a fim de obter embriões já fecundados para transferir para o útero materno. A inseminação dos ovócitos pode ser realizada mediante a técnica de FIV convencional ou da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI), permitindo está última alcançar a gravidez com êxito em casais diagnosticados com uma má qualidade na amostra de sémen do homem.

A Doação de ovócitos é o processo no qual uma mulher recorre a óvulos de uma dadora, cujo o processo é anónimo, para poder conseguir realizar o desejo da maternidade. Os ovócitos da dadora unir-se-ão ao esperma do casal para obter embriões; estes serão transferidos para a recetora para conseguir a gravidez tão desejada. Desta forma, a doação de ovócitos torna possível a gravidez em mulheres que, de outra maneira, não poderiam ter filhos devido ao quadro de infertilidade.

Aproveite bem o seu verão! Se precisar de ajuda, procure um especialista em infertilidade. “Por vezes é importante falar sobre o que sente, os medos, as expetativas, pôr em comum com outra pessoa pode ser útil para encontrar novas perspetivas e formas de lidar com a situação”. Conclui a Dra. Filipa Santos, psicóloga do IVI Lisboa.

 

Por: IVI