Um dos incêndios que queimou maior área, nos últimos anos, em Portugal, ocorreu em 2003, e começou em Nisa, no distrito de Portalegre, afetando mais de 41 mil hectares, segundo dados oficiais.

Com base nos relatórios disponibilizados no sítio do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), alguns deles provisórios, aquele incêndio teve como causa "incendiarismo", resultou de um ato voluntário, ou seja, foi fogo posto.

O fogo que se iniciou no sábado, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, que já provocou pelo menos 64 mortos, já tinha consumido cerca de 26 mil hectares.

O incêndio que se iniciou no concelho de Nisa, a 30 de julho, acabou por chegar ao Gaivão, a Mação, Vila Velha de Rodão e Proença a Nova.

Além desta situação, em 2003, há registo de mais quatro incêndios com área queimada superior a 20 mil hectares, um deles, que começou em agosto, passou por 36 mil hectares dos concelhos de Castelo Branco, Oleiros e Sertã, além de Proença a Nova.

Os outros queimaram 27,6 mil hectares em Monchique e Silves, no distrito de Faro, tendo chegado também ao concelho alentejano de Odemira, 25,9 mil hectares nos concelhos de Portimão, Monchique, Aljezur e Lagos, no distrito de Faro, e 22 mil hectares na Chamusca, distrito de Santarém.

Em 2003, são 14 os casos de incêndios florestais de grandes dimensões, ou seja, com mais de 100 hectares, em que o ICNF dá como causa trovoada.

Os fogos grandes repetiram-se em vários anos, como em 2004, quando, devido a um incêndio iniciado em Almodôvar, no distrito de Beja, arderam 25,7 mil hectares, ou em 2012, quando em Tavira foram destruídos 21,4 mil hectares.

No ano passado, um incêndio que deflagrou no concelho de Arouca, em Aveiro, afetou 22 mil hectares, segundo os dados referidos como provisórios pelo ICNF.

Até 15 de junho, data do último relatório provisório do instituto, os incêndios florestais tinham consumido 15,2 mil hectares, uma área ardida quase 12 vezes superior ao mesmo período de 2016.

Naquele período, o ICNF dava conta de 10 grandes fogos, que tinham atingido 3,6 mil hetares.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 150 feridos, segundo um balanço divulgado hoje.

O fogo começou em Escalos Fundeiros, e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.

Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

Este incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.

 

Por: Lusa