O desvio acentuado da coluna vertebral é causa frequente de baixa autoestima nas crianças, uma situação que preocupa pais e profissionais de saúde. O alerta é da campanha nacional «Josephine explica a escoliose», que pretende ajudar a compreender e ultrapassar o impacto que a escoliose tem na qualidade de vida das crianças e adolescentes.

"Embora muito associada a dor dorsal ou lombar a escoliose idiopática é uma patologia relativamente silenciosa sendo o primeiro sintoma a deformidade estética do tronco, tão valorizada, que acaba por surpreender os adolescentes e os pais. É hoje bem reconhecida a forte correlação entre a deformidade do tronco e a baixa da autoestima entre as crianças afetadas. Só em casos mais avançados poderá haver compromisso respiratório e por último cardíaco, sobretudo em escolioses de origem muito precoce e quando não tratadas. A incidência de dor nos adolescentes com escoliose por sua vez é sobreponível à da população em geral", esclarece Pedro Fernandes, ortopedista do H. Stª Maria em Lisboa e coordenador desta campanha.

Acrescenta ainda que “a abordagem terapêutica vai desde a simples observação ao famigerado colete como opções conservadoras, onde a participação em atividades desportivas ou reabilitação deverá ser encorajado. Por fim, em casos de deformidades avançadas a cirurgia é a opção a ser equacionada, procedimento que, dados os avanços registados nos últimos anos, se tem revelado muito segura e eficaz”.  

“Josephine explica a escoliose” é uma campanha nacional de sensibilização e esclarecimento sobre a escoliose pediátrica, a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes. A campanha tem como embaixadora a girafa Josephine (Jo, para os mais pequenos) e conta com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) e da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), com o apoio da Medtronic. 

 

Por: Ana Saleiro