FOI O 7º TROFÉU PARA O CLUBE ALGARVIO, ENQUANTO PARA A COLETIVIDADE DE VILA NOVA DE GAIA TRATOU-SE DO SEGUNDO SEGUIDO. PEDRO LENCART (SUB-18) E DIOGO MEALHA (SUB-14) FORAM OS MELHORES INDIVIDUALMENTE

O Clube de Golfe de Vilamoura e o Club de Golf de Miramar venceram o 19º Campeonato Nacional de Clubes Jovens, respetivamente nos escalões etários de sub-14 e sub-18, que a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) organizou no Oporto Golf club, no concelho de Espinho.

Para Vilamoura tratou-se da sétima vez que se apoderou deste troféu em 15 edições da prova (nos primeiros quatro anos jogou-se apenas em sub-16), pelo que é o açambarcador histórico, enquanto para Miramar foi o segundo ano seguido a vencer e são os seus únicos títulos, depois de ter sido pela primeira vez 2º classificado em 2015. No caso dos nortenhos é uma nova força que tem vindo a afirmar-se.

No escalão de sub-14 competiram 7 equipas e 30 jogadores, com Miramar a fazer-se representar com as formações A e B. Merece destaque a presença de 7 jogadoras, com destaque para o Oporto Golf Club que contou com 3 meninas numa equipa de 4. É igualmente relevante que tenha havido equipas de todo o país, incluindo as duas Regiões Autónomas.

Vilamoura venceu com a vantagem teoricamente confortável de 14 pancadas, ao totalizar 690, 51 acima do Par, após voltas de 219, 236 e 235. Os algarvios repetiram os sucessos de 2003, 2004, 2005, 2006, 2008 e 2015. No ano passado Vilamoura tinha perdido o título para Miramar por escassas 2 pancadas.

A equipa treinada pelo histórico Joaquim Sequeira foi composta pelos jogadores Luca Lopes, Jamie Mann, Tomas Mician e Miguel Krowicki. O regulamento dita que são aproveitados os três melhores resultados de cada dia e todos estes quatro jogadores contribuíram para a vitória final.

Miramar, que no ano passado tinha feito a “dobradinha”, vencendo os dois escalões etários, contentou-se desta feita com o 2º lugar, com 704 (236+229+239), +65. Note-se que o 3º posto foi também para a equipa B de Miramar com 730 (+91)!

Na faixa etária de sub-18 competiram 13 equipas e 54 jogadores, dos quais só 7 do género feminino. Miramar e Oporto apresentaram dois conjuntos cada um. Também neste caso houve representantes de todo o Portugal, sem faltarem as duas Regiões Autónomas.

Miramar revalidou o título, curiosamente também com 14 pancadas de vantagem em relação à equipa da casa, o Oporto Golf Club.

O conjunto de Vila Nova de Gaia totalizou o bom resultado de 649 pancadas, 10 acima do Par, juntando jornadas de 213, 218 e 218. A formação de Espinho agregou 663 (219+224+220), +24. O 3º lugar foi para Vilamoura com 677 (+38).

Os agora bicampeões de Miramar mantiveram a “espinha dorsal” do ano anterior, com Pedro Lencart, João Maria Pontes e Pedro Clare Neves a contribuírem todos os dias com os seus resultados. Há um ano, José Maria Cunha ainda integrava a equipa mas agora já não é sub-18 e o treinador Sérgio Ribeiro optou por colocar Pedro Silva nos primeiro e terceiro dias, enquanto na segunda jornada apostou em Daniel da Costa Rodrigues. São dois jogadores ainda muito jovens, que em 2016 foram campeões nacionais de clubes de sub-14 e este ano já apareceram a rodar na equipa de sub-18! Aliás, há um ano, Daniel fora o melhor sub-14 da prova.

Em termos individuais, houve alguns aspetos importantes a salientar e embora as classificações de “singulares” sejam pouco importantes numa classificação que se deve valorizar por equipas, deve, por outro lado, nomear-se que o melhor em sub-14 foi Diogo Mealha, de Miramar, com 229 (79+72+78), +16, enquanto nos sub-18, pelo segundo ano seguido, quem mais se destacou foi Pedro Lencart (ainda de 16 anos), com o bom resultado de 206 (70+69+67), -7. Tal como no ano passado, o campeão nacional amador foi o único a jogar todos os dias abaixo do Par – 206 (-13) em 2016.

Em sub-14, Vilamoura colocou todos os seus quatro jogadores no top-10. Miramar também teve cinco no top-10, mas só três faziam parte da equipa principal. Poderia pensar-se que uma melhor distribuição dos jogadores poderia ter permitido a Miramar conseguir uma equipa mais forte, mas o treinador Sérgio Ribeiro explica que «a qualificação foi feita mediante a participação em torneios de preparação e no final os melhores foram para a equipa A e os outros para a B», uma meritocracia iniciada pelo seu irmão mais novo, Nelson Ribeiro, que treinava estas equipas antes de assumir este ano o cargo de selecionador nacional.

Em sub-18 houve uma distribuição de poder muito maior, com cinco clubes representados no top-10 da classificação individual e com os três primeiros a irem para clubes distintos: Pedro Lencart (Miramar), Vasco Alves (Oporto) e Gonçalo Teodoro (Oporto), com uma nota especial para Vasco Alves que festejou o seu aniversário no primeiro dia de prova e arrancou dois resultados abaixo do Par em três dias!

Contudo, mesmo entre este equilíbrio, Miramar destacou-se com cinco jogadores no top-10, uma vez mais com três da formação A e dois da B.

O nível qualitativo do torneio de sub-18 mede-se também por a maior parte das equipas ter optado por jovens de 16 ou mais jovens e, mesmo assim, ter havido dez voltas abaixo do Par, sendo que seis dessas voltas pertenceram a jogadores de Miramar: Pedro Lencart (3), João Maria Pontes (1), António Teixeira (1) e Miguel Clare Neves (1). Vilamoura foi bem representado por Gonçalo Teodoro (2 voltas abaixo do Par) e o Oporto teve igualmente o seu esteio máximo em Vasco Alves (2).

Joaquim Sequeira (treinador de Vilamoura): «No ano passado tivemos um percalço e não pude contar com dois dos meus melhores jogadores. Este ano voltei a não contar com o Francisco Matos Coelho (campeão nacional de sub-14) mas felizmente ele não foi necessário. A vitória dos sub-14 foi um objetivo cumprido, pois fomos ao Oporto para ganhar. No primeiro dia os meus jogadores foram espetaculares e ganharam logo uma grande vantagem que ninguém esperava. Mas no último dia começámos mal, eles acusaram um pouco a pressão e ao fim de nove buracos tínhamos perdido 5 das 10 pancadas que tínhamos de vantagem. Mas apertei com eles e foram capazes de dar a volta. A minha equipa de sub-18 esteve desfalcada do campeão nacional do escalão, o George Ounstead, e joguei com um miúdo de 16 anos e três de 15, mas é uma equipa que daqui a dois anos pode lutar pelo título».

Sérgio Ribeiro (treinador de Miramar): «Temos muitos miúdos a jogar e não queríamos deixar os melhores de fora. Por isso fizemos torneios de apuramento para este campeonato. Claro que todos os clubes dão o seu melhor nesta prova mas reconheço que Miramar é agora uma referência e esperamos que continue a sê-lo por muitos mais anos. Fiquei com pena de não termos conseguido fazer a “dobradinha” como no ano passado e no último dia ainda acreditei que poderíamos também ganhar nos sub-14. Mas chamo a atenção que fomos 2º e 3º e temos jogadores muito jovens, pelo que temos mais uns aninhos para vencer neste escalão. Já a equipa de sub-18 é formada por jogadores que estão a preparar-se para jogarem golfe a sério. Não têm um dia de folga há mais de um mês, tenho puxado muito por eles e antes do torneio começar tinha-lhes dito que queríamos ser campeões por mérito próprio e não pelos erros dos outros. Eu sou muito competitivo, o Nelson trabalhou muito bem estes jogadores do ponto de vista técnico e psicológico e eu estou dar-lhes noções mais profundas de estratégia. Quero-os também com muita motivação e garra e acho que eles vão dar muito que falar para a semana no Campeonato Nacional Absoluto (Amador) Peugeot».

 

Por: FPG