O presidente do PSD diz que o objetivo do partido é manter as Câmaras atuais e recuperar, em termos nacionais regionais, resultados alcançados em 2013 e «alargar a esfera de mandatos às Câmaras Municipais perdidas ou que ainda não existiu oportunidade de ganhar».

No Algarve para participar num jantar-convívio, organizado pelos social-democratas de Faro, em Albufeira, Pedro Passos Coelho falou no passado sábado à imprensa para analisar alguns dos temas marcantes da atualidade. As atenções centraram-se nas autárquicas deste ano, com o antigo primeiro-ministro a garantir que o PSD quer aumentar o número de mandatos no Algarve, depois de, em 2013, ter ficado “significativamente atrás” do PS.

“Estamos confiantes que no Algarve há boas apostas em preparação, quer onde os ciclos eleitorais determinam uma mudança do Presidente da Câmara, quer de recandidatura daqueles que já estão a exercer mandato e que nós acreditamos que têm condições para continuar”, referiu Passos Coelho. O “trabalho de recuperação” agora necessário é, para o presidente do partido, fundamental para “apresentar melhores resultados e aproveitar aquilo que têm sido as insuficiências dos outros”.

David Santos, presidente do PSD Algarve, garante que o objetivo é “ganhar as 16 câmaras”, mas admite que esse cenário poderá não se concretizar. Segundo o presidente da distrital, o processo de candidaturas termina em março, revelando que, até ao momento, estão formalizadas as candidaturas de Faro e Monchique. “Os presidentes de Albufeira e Castro Marim já mostraram interesse em recandidatar-se e a apresentação pública do candidato a São Brás de Alportel já aconteceu”, confirma.

No caso de Vila Real de Santo António, onde a recandidatura de Luís Gomes já não é possível, Pedro Passos Coelho admite que “ainda não há uma decisão formal tomada”, mas David Santos diz estar a trabalhar para encontrar uma solução que garanta a continuação do trabalho feito pelo executivo de Luís Gomes. Isto apesar de Vila Real de Santo António não ser, segundo diz, “um concelho muito propenso ao voto no PSD”.

O presidente do PSD Algarve diz que, para além das coligações existentes em Faro, e Tavira, outras possíveis coligações estão a ser avaliadas e Passos Coelho relembra que essa decisão “foi sempre tomada a nível local, sem uma imposição nacional”. O presidente do partido revela que “a nível nacional, devemos ter um número muito equivalente a 2013, talvez um pouco superior, no número de coligações que envolvem o CDS”.

            Pedro Passos Coelho diz que o objetivo é ganhar. “Não andamos a brincar as eleições”, reforça, mas admite que “ter a maioria absoluta dos municípios é um objetivo mais do que ambicioso”.

            As portagens na Via do Infante foram outro dos temas analisados por Passos Coelho, referindo que “o PS tem compromissos nessa matéria e não os está a cumprir”. O ex-primeiro-ministro diz que, uma vez feito o investimento, as portagens devem existir, mas não durante um período em que a população é “obrigada a utilizar a Via do Infante devido às obras na EN125”.

            Na área da saúde, o presidente do Partido Social Democrata referiu o facto de o Governo, no último orçamento, ter optado pela construção de novas unidades de saúde hospitalar e não ter incluído o Algarve, um caso que considera “gritante” e que necessita de investimento. Para Passos Coelho, o problema hospitalar no Algarve não está na fusão entre o Hospital de Faro e o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, aprovada pelo seu Governo, mas sim na falta de recursos humanos e de novos equipamentos.

            O antigo primeiro-ministro fez ainda questão de referir que é contra a eleição das CCDR (Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional) a partir dos municípios, pois não estão sob a sua tutela administrativa e não representam “um serviço desconcentrado da própria administração central”. 

 

Por: ND