O Festival de Curtas de Teatro do Algarve, que se realiza de dois em dois anos, decorre de quinta-feira a sábado, em Faro, com sete espetáculos a percorrerem o edifício da Sociedade Recreativa Artística Farense - «Os Artistas».

A terceira edição do festival, produzido pelo Laboratório de Artes e Média do Algarve (LAMA), e apoiado pelo município de Faro, vai consistir num percurso pelas salas, 'hall', pátio e palco do edifício d'Os Artistas, em que o público será guiado por um cicerone, o ator João de Brito.

No percurso, o público irá assistir a sete espetáculos com "registos completamente diferentes", que não ultrapassam os 15 minutos de duração cada, disse à agência Lusa o membro da LAMA, João de Brito.

As sessões, com duração de hora e meia, realizam-se nos três dias, às 22:00, podendo-se encontrar peças mais performativas, outras "mais convencionais", num espetáculo sem grande "aparato técnico", em que o caráter experimental está mais presente, explanou.

Grande parte dos espetáculos é da autoria de "artistas individuais", a maioria do Algarve, contando também com a presença de dois projetos de Lisboa, referiu.

Pelo festival, vai passar uma produção mais focada na 'performance' de Miguel Ponte, a curta "O Registro", encenada por Severine Guerreiro, "Assobios e Cavalos Fantasmas", do algarvio Diogo Simão, uma adaptação livre de uma cena de "Hamlet", de Shakespeare, produzida pelo Teatro Improviso, e o monólogo "Mais do que palavras", de Clarisse Ricardo.

"Bem-vindo à América", uma produção da associação lisboeta Casa Cheia, com base na obra do dramaturgo irlandês Brian Friel, e "Nem sempre o silêncio é de ouro", do grupo farense Teatro DoisMaisUm, são os restantes espetáculos que vão passar pelo evento.

O preço de entrada é de cinco euros.

O festival começou por ser uma extensão do Curtas - Mostra de Teatro de Peças de Curta Duração, de Lisboa, tendo assumido produção própria por parte da LAMA a partir de 2014.

 

CURTAS DE TEATRO:

"Deep Blue"

Criação e produção de Miguel Ponte

Sinopse: O campo está traçado. No terreno, peões e cavaleiros afiam lâminas e gritos de guerra. No topo das torres, mais perto do Senhor, os bispos lançam uma torrente de preces de auxílio. A rainha, nervosa, dispara comandos de casa em casa. O rei, quase imóvel, espreita pelas frestas da sua formação. Não adivinha bons augúrios, até porque do outro lado, o seu rival não pertence a este mundo.

 

"O Registro"

Autor: Marcus Di Bello

Encenação: Severine Guerreiro


Atores: Tânia Guedelha e Frederic Marreiros


Direção de atores: Severine Guerreiro


Figurinos: Tânia Guedelha, Severine Guerreiro e Frederick Marreiros


Cenário: Tânia Guedelha, Severine Guerreiro e Frederick Marreiros


Luzes: Severine Guerreiro


Nome do grupo: Guedelha e Fred

 Sinopse: Burocracias! Nada se faz sem uma quantidade enorme de burocracias, autorizações, pedidos aqui e ali, papeis, papéis e mais papéis…

Mas naquela altura, ainda não havia papel, e mesmo assim….

Se hoje em dia é como é, registrar uma invenção em plena idade da pedra é uma verdadeira dor de cabeça!

Os primórdios de algo bem complicado que se chama sistema…

 

"Assobios e Cavalos Fantasmas", de Diogo Simão

Encenação: Ana Beatriz Lopes e Diogo Simão

Cartaz: Mónica Brazuna

Interpretação

Ele: Diogo Simão

Cameraman 1: Jorge Mestre Simão

Cameraman 2: Mariana Ramos

Cameraman 3: Bento Galado

Sinopse: Ele é imortal. Caminha neste planeta desde o tempo dos hominídeos. Sempre fez as vontades aos seres humanos, tratando-os como filhos. Mas hoje isso acaba. Hoje ele coloca um espelho à frente da humanidade e dizendo-lhes não o que eles querem, mas o que precisam de ouvir.

 

“Mais do que palavras”

Criação e Interpretação - Clarisse Ricardo

Assistente de Figurinos - Maria Esperança da Silva

Fotografia - Fernando Nuno Vieira

Sinopse:

Maria. Para uns Maria, para outros Mariazinha.

Numa época em que as palavras são banalizadas, Maria questiona como estas tomam conta do seu destino.

Um monologo aceso, que se prende na forma como o personagem se vê e é visto, através das suas palavras, nos diferentes papeis que desempenha.

Serão as palavras que diz, que realmente lhe pertencem ou as que deixou para trás, trancadas a setes chaves, por medo, por simpatia, em prol da doce Mariazinha?

 

"Bem-vindo à América"

A partir de Brien Friel

Tradução - Miguel Mateus


Concepção e interpretação - Francisco Pereira de Almeida e Miguel Mateus 


Design - Inês N. Sousa


Fotografia - Anabela Loureiro 


Produção - Casa Cheia

Sinopse: Um dramaturgo europeu viaja até à América para se encontrar com o encenador americano que se propôs a encenar a sua peça. É então confrontado com a visão do americano sobre o que escreveu. Uma visão que despreza completamente o texto original usando como argumento a incompreensão do público americano perante a linguagem, a estética e o discurso do mesmo.

O americano, trocando o nome ao europeu por diversas vezes, elogiando-o constantemente, perguntando a sua opinião sem nunca o deixar responder, consegue dissimulá-lo.

 

"nem sempre o silêncio é de ouro..."

Autoria e encenação: António Gambóias


Interpretação: Alexandra Bota e Inês Martins


Cenário e desenho de luz: António Gambóias


Fotografia: Malin Lofgren

Assistência à produção: Ana Cristina Oliveira


Produção: Teatro DoisMaisUm

Sinopse: Apenas um relato, apenas um momento, apenas uma vida que se perde nos meandros da intolerância, da violência, da falta de respeito e de dignidade.

É apenas um grito de dor, num quotidiano envergonhado e escondido.

 

 

Para mais informações contacte através do 963 254 846 ou do emai producao.lama@gmail.com.

 

Por VA/LAMA/LUSA