A utilização das areias resultantes de dragagens para alimentar artificialmente a ilha do Farol minimizou o efeito da erosão e não originou a perda de areal verificada na ilha da Culatra, disse hoje o presidente da Sociedade Polis.

Em declarações à Lusa, o presidente da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa rejeitou as acusações da Associação de Moradores da Ilha da Culatra, que apontam como causa para a perda de areal na praia daquela ilha a dragagens realizadas no mar.

“A alimentação que se fez foi exatamente para fornecer areia às ondas para minimizar os episódios de erosão”, explicou à Lusa Sebastião Teixeira, vincando que não houve dragagens no oceano e que sem esta medida preventiva a situação verificada na ilha da Culatra teria sido mais severa.

A perda do areal da ilha da Culatra, concelho de Faro, motivou a sua categorização como praia não vigiada, situação que a associação de moradores considera que coloca em causa a segurança dos utilizadores da praia.

Segundo Sebastião Teixeira, as ações de dragagem da Sociedade Polis naquela zona foram realizadas nas barras da Armona e do Farol e nos canais, e, os sedimentos foram utilizados para alimentar artificialmente a praia da ilha do Farol.

A ilha do Farol está localizada a poente da Culatra e Sebastião Teixeira explicou que, tendo em conta que o transporte natural de areia no Algarve é feito de poente para nascente, parte das areias colocadas na praia da ilha do Farol deverão ajudar a reforçar a praia da Culatra.

“Na ilha do Farol, a areia que foi colocada é suficiente para assegurar a alimentação da ilha durante anos, mas se não se tivesse feito a alimentação garanto que este episódio erosivo tinha sido muito mais grave na Culatra”, afirmou o presidente da Sociedade Polis.

Aquele responsável acrescentou que a erosão verificada na ilha da Culatra está associada a um temporal que ocorreu no princípio de maio e que acentuou a erosão em todo o distrito de Faro e não apenas naquele local.

A Sociedade Polis não tem previstas mais ações de dragagens ou alimentação artificial no Farol e na Culatra, mas, até ao final do ano, conta fazer obras semelhantes de dragagens de canais e barras e reforço de cordões dunares entre as barras da Armona e da Fuseta e na barra de Tavira.

A Sociedade Polis Litoral Ria Formosa foi criada em 2008, com vista à execução de uma operação integrada de requalificação e valorização da orla costeira.

 

Por: Lusa