Rocky Marsiano (Meu Kamba), Fandango e Marafona são três novos projetos da música portuguesa que vão pisar o palco do Festival MED, de 30 de junho a 3 de julho, na Zona Histórica de Loulé.

 

A organização daquele que é um dos grandes eventos ligados à World Music na Europa volta, assim, a apostar nas grandes novidades do que se faz em Portugal nesta área musical.

O novo projeto de Rocky Marsiano, DJ luso-croata, “Meu Kamba”, renascido “Live” com formação revista e aumentada, recupera grandes clássicos de Cabo Verde, Angola e Moçambique. “Meu Kamba Live” é, portanto, a pista de dança perfeita entre o semba e o funaná, com uma perninha de timbila e batidas orelhudas. Enquanto disco, nasce da colaboração entre Rocky Marsiano e a sua exploração da coleção discográfica de Rui Miguel Abreu, que selecionou vários álbuns de países luso-africanos. Estabelecido o ponto de partida, a travessia pelas sonoridades africanas resultou numa viagem pelos grandes clássicos, celebrada pela mais apurada arte de servir:  a mão de um dos mais importantes produtores e DJs do nosso tempo. “Meu Kamba Live” é a reconciliação do passado, o presente do Século XXI e apontamento de pistas para o futuro. A celebração pura da tradição renascida com nova roupagem. 

Para celebrar no Festival MED em Loulé, cidade de abrigo de todas as sonoridades de raiz lusófona, Rocky Marsiano vai contar com a participação de diversos convidados, que serão surpresa.

Fandango nasce de uma mistura entre música eletrónica e instrumentos acústicos (acordeão e guitarra portuguesa) – o resultado da colaboração entre Gabriel Gomes e Luis Varatojo, dois músicos com larga experiência, fundadores de bandas como a Sétima Legião e Madredeus (Gabriel) ou Peste & Sida e A Naifa (Luis). As músicas do Fandango são uma mistura exótica de melodias portuguesas com beats de eletrónica, que tanto podem fazer a banda sonora perfeita para um pôr do sol na costa atlântica, como a animação para uma noite na pista de dança. A diversidade de ritmos e outros elementos sonoros utilizados, capturam a essência da música portuguesa, numa colorida harmonia entre linhas de sintetizadores e batidas de caixas de ritmos, que nos transportam numa viagem musical pela paisagem e cultura do país.

Finalmente, outra das novas abordagens musicais portuguesas que integram o alinhamento da 13ª edição do Festival MED é a Marafona, projeto que nasceu em janeiro de 2014, juntando quatro músicos e um cantautor. Sob o seu signo cruzaram-se as velhas memórias com a cultura moderna, numa reflexão critica sobre a música portuguesa. O ponto de partida foi a portugalidade. Depois surgiram as influências de cada músico ampliando o espectro da sua sonoridade à World Music. A primeira edição da banda, de produção de autor, é cumprida em junho de 2014, com o EP Tia Miséria, CD gravado nos estúdios Namouche, com ilustrações da artista galardoada Catarina Sobral. Em outubro de 2015 foi gravado o primeiro álbum da banda com o título “Está dito”, no qual participaram como convidados Ana Bacalhau (Deolinda), Mitó (Naifa) e Luís Peixoto (Júlio Pereira, Sebastião Antunes Trio). “Partimos usufruindo de algumas singularidades das canções comuns à raíz popular portuguesa como o corridinho, a chula, o vira, a cantiga de embalar, o fado, a canção de Coimbra, a mazurca, a marcha, a alvorada transmontana e a valsa. Partíamos ao encontro da essência da portugalidade mas com a premissa de fazer o que nos apetecesse. Seguimos criando e recriando canções originais sem atilhos e encontrámos a nossa sonoridade, o nosso MP3 a válvulas, o som da Marafona”.

Refira-se que estes três nomes da música nacional juntam-se aos artistas já confirmados para o Festival MED 2016: Dubioza Kolektiv (Bósnia e Herzegovina), Tinariwen (Mali), Emicida (Brasil), Hindi Zahra (Marrocos/França), Alo Wala (Dinamarca/Noruega/Estados Unidos), Ana Tijoux (Chile), António Zambujo, Capicua, Aldina Duarte e Isaura (Portugal), Mbongwana Star (Congo), Danakil (França), Moh! Kouyaté (Guiné-Conacri), Blick Bassy (Camarões) e Chico Correa (Brasil).

 

Por CM Loulé