A busca de prendas natalícias personalizadas e de baixo custo estão a motivar a realização de oficinas criativas em vários pontos do Algarve, em muitos casos com referências à cultura regional e que atraem portugueses e estrangeiros.

Inês Crisóstomo, uma das participantes num ‘workshop’ de construção de chaminés algarvias a partir de cartão reciclado que decorreu em Boliqueime, concelho de Loulé, explicou à Lusa que se trata de balancear o baixo custo com a personalização de prendas.

“Sobretudo, tem muita dedicação de tempo. À partida, será só para pessoas especiais. Não será uma prenda que se possa oferecer a toda a gente porque para fazer uma chaminé demoro três horas”, comentou.

Louise Marie Le Brandt, natural da Bélgica, dedicou um fim de semana a aprender a fazer as chaminés e as molduras com a platibanda tradicional algarvia (desenhos típicos colocado no muro que emoldura a parte superior das casas típicas da região), que pretende oferecer aos amigos belgas.

“É importante oferecer uma prenda típica daqui”, disse à agência Lusa, acrescentando que valoriza a oferta de prendas personalizadas, feitas pela própria, e que este ‘workshop’ permitiu dar um vislumbre da cultura da região que elegeu para viver permanentemente.

No concelho de Loulé estão a ser promovidas várias oficinas integradas no programa “Loulé Criativo”, que ensinam, por exemplo, a fazer trufas de frutos secos e citrinos, bolachas e nogados natalícios, pregadeiras em feltro, coroas de Natal com plantas silvestre, filhós e pastéis de batata-doce, compotas e postais de Natal pintados com tintas artesanais.

“Não sei se [a motivação] é o facto de serem prendas baratas, porque é preciso tempo para fazer. Acho que é mais o fazermos nós próprios, que tem mais valor do que ir à loja e comprar”, observou Angelina Maia, responsável pelas oficinas com cartão reciclado, acrescentando: “É outro carinho, e acho que há muita gente a valorizar isso”.

Angelina Maia criou peças específicas para as oficinas criativas de Natal, mas sublinhou que os conhecimentos adquiridos depois podem ser adaptados a outras épocas do ano se os alunos derem asas à imaginação.

“Os ‘workshops’ previstos para esta época são sempre sobre coisas que as pessoas podem replicar para a ceia de Natal, nomeadamente os doces, ou então prendas”, explicou João Ministro, da Proactivetur, empresa parceira do “Loulé Criativo”, salientando a participação crescente de estrangeiros.

O projeto “Loulé Criativo” tem por base uma estratégia concelhia de atração de pessoas ao concelho, que o torne conhecido como local de referência para quem procura experiências diferentes, criativas e que aliem a cultura local e regional.

Entre as várias propostas constam, também, os ‘workshops’ de menus natalícios promovidos em Faro pela Algarve Cuisine Academy e, ainda, uma oficina de produção de velas tradicionais que a associação Almargem marcou para 19 de dezembro, no Centro Ambiental de Loulé.

No Centro de Ciência Viva do Algarve, as propostas até 23 de dezembro são para os mais pequenos, com idades entre os 5 e os 12 anos, que podem fazer figuras e animais de papel alusivos ao Natal com a técnica de origami, criar decorações de Natal e aprender um pouco sobre a cozinha natalícia.

 

Por: Lusa