Luís Monteiro, Natural de Boliqueime, era poeta e cronista desde jovem. Funcionário da Câmara Municipal de Loulé, autor de vários livros, homem de cultura, ex-colaborador do nosso Jornal A Voz de Loulé, entre outras atividades, deixou-nos prematuramente de forma súbita, deixando familiares, colegas e amigos em profundo pesar. Dos títulos mais recentes destacam-se “O Conservador de Utopias”, “Vagueando nas Vagas do Tempo”, “Fado dos Meus Silêncios” e “Estética de Uma Dor Incomum”.

Luís Pina, colega e amigo de longa data do falecido, deixa a todos nós uma sentida homenagem 

UM HOMEM EM CONFLITO COM O SEU TEMPO…

A nossa contemporaneidade é, decididamente, adversária ou mesmo inimiga de valores fundamentais que muitos de nós, das gerações de 60, 70 ou mesmo 80, assimilamos como referência inalterável! Se muitos se revelem capazes de enfrentar as mudanças mais ou menos “fracturantes” de tais valores, outros há que, na lógica inevitável que orienta a vida e sensibilidade de cada um, acabam por soçobrar às circunstâncias pessoais ou colectivas de tais mudanças radicais. “Sinais dos tempos”, dirão uns, ou “fragilidade psicológica”, dirão outros. Terá sido este, infelizmente, o caso de nosso colega e sobretudo grande amigo, Luís Monteiro Pereira! Sem querer enveredar por “lugares comuns”, não hesito em afirmar que naquela figura algo discreta e franzina residia um homem culto, sensível, bondoso e com apurada capacidade crítica. Da sua veia poética e literária resultaram obras de muita inspiração e criatividade. Das primeiras que tive o privilégio de conhecer, saliento “No Pico da Melancolia”, que marcaria o início de uma grande e profícua amizade profissional e pessoal com o Luís. Infelizmente, deixou-se vencer pela escalada dramática desse “pico”, afinal prenunciador de um final que muitos de nós de algum modo receávamos, e se veio a concretizar! Não fomos a tempo, ninguém foi a tempo! Que Deus perdoe àquele que, doravante, ficará na galeria das nossas memórias!

Um Abraço, e até sempre, amigo Luís!!

 

Por: L. P.