O duo montanhoso Fóia-Malhao promete definir o que só o regressado contrarrelógio final pode decidir, com o vencedor da 46.ª Volta ao Algarve em bicicleta,

que arranca na quarta-feira, a ser conhecido apenas no domingo, em Lagoa.

A organização da Volta ao Algarve seguiu quase à risca o mantra ‘em fórmula vencedora não se mexe’, e, pelo quinto ano consecutivo, apostou na espetacular combinação montanhosa Fóia–Malhão, inovando nesta edição ao ‘deslocar’ o contrarrelógio, tradicionalmente disputado na terceira etapa, para o último dia (algo que não acontecia desde 2013), uma opção que promete prolongar o suspense sobre o sucessor do esloveno Tadej Pogacar no palmarés de vencedores até aos metros finais dos 771,4 quilómetros a cumprir pelo pelotão.

Mas antes desses 20,3 quilómetros de contrarrelógio individual em Lagoa, a percorrer no domingo, precisamente no mesmo traçado do exercício individual do ano passado, os 175 corredores inscritos na 46.ª ‘Algarvia’ terão pela frente outras quatro etapas, para todos os gostos.

Tal como no ano passado, a corrida, promovida esta temporada à categoria UCI ProSeries, arranca, na quarta-feira, de Portimão, local de início de uma tirada de 195,6 quilómetros que termina em Lagos, presumivelmente com uma chegada ao ‘sprint’.

O protagonismo dos homens velozes do pelotão será, contudo, efémero, já que o segundo dia reserva o primeiro momento decisivo desta Volta ao Algarve: os favoritos terão, na viagem de 183,9 quilómetros entre Sagres e o Alto da Fóia, o seu primeiro grande teste, com os corredores e terem de subir, antes de chegarem ao ponto mais alto do Algarve, Marmelete, Alferce e a Pomba, uma contagem de segunda categoria instalada bem perto da montanha final.

Aquela que, nas palavras da organização, será “uma das mais exigentes etapas de sempre” da história da prova promete eliminar candidatos logo na segunda etapa, uma vez que entre o alto da Pomba (uma escalada de 3,9 quilómetros com inclinação média de 7,1%) e o início da subida de primeira categoria à Fóia (oito quilómetros a 6,3% de inclinação) haverá apenas sete quilómetros de ‘descanso’.

Na sexta-feira, a terceira etapa representará um breve ‘respiro’ para os homens da geral e uma nova oportunidade para os ‘sprinters’, com Faro a acolher a partida dos 201,9 quilómetros que terminarão, presumivelmente, com um ‘banho de multidão’, como foi apanágio das edições anteriores, em Tavira.

Para o fim-de-semana, a edição de 2020 da corrida mais importante a disputar-se em território nacional reservou as outras duas etapas decisivas, a primeira das quais a emblemática chegada ao alto do Malhão, ponto habitual de ‘romaria’ dos fãs da ‘Algarvia’.

No sábado, a quarta tirada vai ligar Albufeira ao topo do Malhão (uma escalada de 2,5 quilómetros com inclinação média de 9,9%), com o circuito final entre a primeira passagem pelo alto e a meta a ser este ano mais curto do que é costume, fixando-se em meros 20 quilómetros.

Pela primeira vez desde 2013, quem sair de amarelo do Malhão não será, necessariamente, o vencedor, pois este ano a emblemática subida foi preterida em detrimento de Lagoa como palco de consagração dos homens do pódio desta edição, que só saberá quem é o sucessor do ausente Pogacar após a luta individual contra o cronómetro.

 

Por: Lusa